27 de outubro de 2025
Por: SOMOS Educação
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No dia 29 de outubro de 1810, foi fundada a Biblioteca Nacional, a partir do acervo bibliográfico doado pela família real portuguesa. Por isso, nessa data comemoramos o Dia Nacional do Livro. Já a celebração internacional acontece em 23 de abril. Tamanha é a importância dos livros que ambas as datas são mais do que justificadas.
Nesta publicação, você vai conhecer um pouco da história da Biblioteca Nacional, o início das publicações no Brasil, ideias de atividades para celebrar a data e indicações de livros que falam sobre… livros! Boa leitura.
Em 1808, a corte de D. João VI chegou ao Rio de Janeiro após a invasão de Portugal por Napoleão Bonaparte. A família trouxe cerca de 60 mil peças, entre livros e outros objetos. Entre elas estava a primeira edição de Os Lusíadas, de Camões.
A Real Biblioteca foi então estabelecida e, em 29 de outubro de 1810, um decreto oficializou sua abertura aos estudiosos.
Localizada no Rio de Janeiro, a Biblioteca Nacional (BN) foi reconhecida pela UNESCO como uma das dez maiores bibliotecas da América Latina e também como uma das principais do mundo. Com mais de 200 anos de história, é responsável por preservar, difundir e valorizar a produção intelectual brasileira.
A BN conta com laboratórios de restauração, oficinas de encadernação, centro de microfilmagem e digitalização, além de um acervo digital de obras em domínio público, disponível gratuitamente.
A primeira obra literária produzida no Brasil foi Marília de Dirceu, de Thomás Antônio Gonzaga, impressa em 1808 pela Imprensa Régia — a primeira editora do país. A decisão sobre quais livros seriam publicados era controlada por D. João VI.
Até então, os livros vendidos no Brasil vinham, em sua maioria, da Europa. Somente em 1821 a censura prévia foi extinta e decretado o fim do monopólio da coroa sobre as publicações.
Esse marco abriu caminho para novas editoras, tornando os livros mais populares, ainda que caros para boa parte da população. Após a independência, em 1822, livrarias e editoras estrangeiras também passaram a abrir filiais no Rio de Janeiro, ampliando o acesso às obras.
Em 1966, a Lei nº 5.191 oficializou o Dia Nacional do Livro, celebrado em 29 de outubro. A lei determina que a data seja comemorada em escolas públicas e particulares, sem interrupção das atividades regulares.
Essa comemoração tem ligação direta com fatos marcantes da nossa história, como a chegada da família real em 1808 e a independência do Brasil em 1822. Por isso, é uma oportunidade rica para trabalhar o tema de forma interdisciplinar em sala de aula.
Além disso, é uma data importante para refletir sobre o livro como meio democrático de acesso ao conhecimento. Debater a história da censura e do monopólio editorial ajuda os alunos a compreenderem a importância do acesso livre a obras de diferentes gêneros, culturas e perspectivas.
Selecionamos algumas obras do catálogo do Coletivo Leitor que abordam, de diferentes formas, a importância dos livros e da literatura:
Liloca está furiosa por desconhecer a chegada de um escritor famoso à vizinhança. Justo ela, que sempre sabe de tudo! O tal escritor chama-se Hilário e está morando na casa abandonada perto da Casa Amarela. Ninguém sabe de onde veio. Ele passa a ser visitado pelas vizinhas, e adora receber os presentes e elogios que lhe fazem. Liloca começa a frequentar a casa do escritor. Só fala nele e vive repetindo seus ensinamentos. Rubião, intrigado, resolve investigar, pois, além de um pouco enciumado, acha a história muito estranha.
Este livro possui Guia do Professor.
Personagens e objetos de cena, moldados em massa plástica, montados em pequenos cenários e fotografados, mostram uma sucessão de quadros bem-humorados, líricos, intrigantes, surrealistas neste que é um dos livros mais premiados de Marcelo Xavier. O tempo todo a personagem, sempre a mesma em situações variadas, está lendo um livro que, na verdade, é a grande personagem, a asa de papel que nos transporta, sempre apresentado como fonte de prazer, de alegria, de informação, de sabedoria, como companhia, como refúgio. O texto curto, exato, poético, sem narrar propriamente uma história, conduz o leitor em um passeio cada vez mais repleto de expectativa, para um final inesperado.
Kim ganhou o livro Dom Quixote de seu avô, que garante que é imperdível! Para surpresa do garoto, o protagonista da história é um cara louco, que não diz coisa com coisa e, além disso, em toda aventura que se mete acaba se dando mal. Mesmo assim, Kim lê o livro até o final e, quando termina, acha tudo ridículo. Ele chega a ler mais uma vez para se certificar de que a obra é mesmo ruim. Para não ter que conversar com o avô sobre Dom Quixote, ele até inventa que perdeu o livro. Mas não adianta… O avô lhe dá outro exemplar. Aos poucos, no entanto, Kim começa a ver a narrativa de outro modo.
Uma conversa entre o autor e o leitor, uma viagem por um terreno de areia em que as personagens e paisagens que se encontram pelo caminho são arquétipos ou metáforas de elementos de um texto. As personagens são o Autor, o Leitor, o Menino/Homemiragem, a Velhinha, o Cavaleiro, o Espantalho. Não existe uma história propriamente dita, mas diálogos metalinguísticos, que comentam sobre a arte literária e homenageiam clássicos e histórias folclóricas.
Reunindo alguns dos mais representativos contos de Machado de Assis, nesta antologia encontram-se a típica ironia machadiana, a presença da escravidão, profunda demais para ser eliminada por meio de uma lei, e as restrições impostas às mulheres em uma sociedade conservadora – temas ainda presentes no Brasil atual. Mais do que uma experiência literária, Machado nos proporciona um verdadeiro conhecimento da formação da nossa sociedade.
Cada título traz reflexões diferentes e pode enriquecer atividades em sala de aula ou projetos especiais para marcar a data.
Cada livro carrega um universo de aprendizados que pode ser explorado em atividades escolares. Eles são ferramentas valiosas para trabalhar conceitos, culturas, vivências e também datas comemorativas.
O Coletivo Leitor é uma iniciativa da SOMOS Educação que busca incentivar a leitura e disseminar sua importância no desenvolvimento cognitivo da criança e do jovem. O catálogo conta com mais de 1.600 obras de literatura infantojuvenil, de mais de 500 autores renomados, nacionais e estrangeiros, de diversos gêneros literários. Clique na imagem para conhecer!

Referências:
FERES, Lilian Baranski. A chegada dos livros no Brasil. Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação – SEPesq, 2018. Acesso em outubro de 2020.
Biblioteca Nacional. Acesso em outubro de 2020. Disponível em: https://www.bn.gov.br/
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