Como ser um gestor escolar inovador

4 de março de 2024

Por: SOMOS Educação

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Ser inovador é uma das competências mais requeridas nos últimos tempos para o gestor escolar. É preciso ter visão estratégica, criatividade e versatilidade para lidar com as demandas do cotidiano das escolas. 

Ao pensar em inovação, é comum que as pessoas façam uma associação rápida com recursos digitais. Mas, não se engane. Tecnologia é apenas uma ferramenta utilizada por profissionais inovadores. E é sobre isso que vamos falar neste artigo! 

Você vai conhecer as características e competências que diferenciam os inovadores dos profissionais comuns e como fazer para ser de fato um gestor escolar inovador. Confira! 

O que é ser um gestor inovador? 

Antes de entender as características de um gestor inovador, é preciso entender o que é inovação. Esse conceito – por mais que seja comumente vinculado à tecnologia – diz sobre pessoas, e não apenas sobre equipamentos e práticas disruptivas.  

Inovação está associada à exploração de novas ideias, sejam elas relacionadas a modelos de negócio, processos, métodos e até formas de organização de trabalho, desde que tragam resultados positivos para a instituição.  

Assim, um gestor inovador é aquele profissional que extrapola as tarefas básicas do dia a dia, antecipa tendências, aposta na experimentação e encontra soluções relevantes e criativas para variadas situações.  

Como ser um gestor escolar inovador? 

A função do gestor escolar é multifacetada. À frente de várias atividades estratégicas para o bom funcionamento da escola, esse profissional precisa, além de muita versatilidade, estar sempre alinhado às tendências contemporâneas da educação.  

Profissionais dinâmicos, criativos e que se atualizam constantemente são cada vez mais necessários para responder às intensas transformações e desafios atuais. Assim, o primeiro passo é expandir o enfoque limitado que direciona a rotina para questões apenas administrativas e financeiras, para atuar efetivamente como liderança. O papel de um dirigente inovador na condução das atividades pedagógicas e institucionais deve acontecer a partir de um viés de totalidade, e não por enfoques fragmentados ou hierárquicos. 

Um gestor inovador está sempre empenhado na transformação daquilo que está em curso, consolidando mudanças significativas no ambiente da escola e no sistema de ensino como um todo. Essa nova forma de atuação pode não parecer tão fácil, já que o perfil do atual gestor da escola básica brasileira ainda carrega traços da função secular. Por isso é tão fundamental uma liderança aberta a inovações e tentativas inovadoras. 

É preciso que a escola se aproxime do seu tempo, incorporando em sua rotina uma visão contemporânea da educação, com novas metodologiasrecursos didáticos inovadores e novas práticas para o processo de ensino-aprendizagem. Nesse contexto, cabe ao gestor abrir espaços para novas dinâmicas, antecipando e revelando experiências e novas tendências.  

Um gestor inovador mantém a instituição de ensino sempre atualizada, referenciada, em sintonia com práticas de ensino criativas e efetivas. Contudo, ser inovador não é um talento nato. Trata-se de uma habilidade que pode e deve ser desenvolvida. A seguir, conheça algumas competências que podem ajudar você, gestor, a tornar-se ainda mais inovador. 

Competências necessárias para um gestor inovador  

Conhecido como guru da inovação, Clayton M. Christensen, professor na Harvard Business School, aponta cinco competências fundamentais para ser um profissional inovador. Segundo as teorias de Christensen, qualquer pessoa pode desenvolver as habilidades que permitem pensar de forma inovadora. São elas: 

  • Associar: essa habilidade diz da capacidade de conectar diferentes perspectivas para atingir um resultado novo e positivo. Ou seja, colocar os problemas, questões, ideias e recursos sob um prisma simples, buscando novas possíveis combinações e configurações para atender a uma demanda antiga. 
     
  • Observar: para gerar inovações significativas é preciso observar, mas não a partir de visões e julgamentos pré-estabelecidos. É preciso estar com a mente aberta e desprovida de preconceitos. Ouça seus pares, se atente para os detalhes de cada prática, compreenda as causas e os comportamentos.  
     
  • Questionar:  a curiosidade é uma marca da atitude inovadora. É preciso desvincular-se do perfil meramente executor e questionar todas as possibilidades, saindo do senso comum. A partir da habilidade de observação citada acima, você consegue fazer perguntas sobre cada processo. Por que fazemos assim? Como isso pode ser melhorado? E se fosse feito dessa outra maneira? 
  • Networking: trabalhar em rede é uma habilidade que diz sobre a capacidade de abraçar a diversidade. Ou seja, reunir pessoas diferentes em torno de uma mesma questão, para que, juntos, seja possível trazer inovações a partir de diversas experiências e pontos de vista. Ser inovador é interagir com pessoas de áreas, gerações e culturas diferentes, com a capacidade de negociação e de resiliência. 
     
  • Experimentar: experimentação pode soar como ousadia? Sim! E é fundamental que haja disposição para testar incertezas. Os insights que emergiram a partir das habilidades de questionar, observar e associar precisam ser colocados à prova. Por isso, experimentar é um dos pontos essenciais para inovação. Mas, tentativas podem trazer erros, e a característica mais importantes de um profissional inovador é a resiliência. É preciso persistir, corrigir as ações e ajustar rotas, nunca desistindo no primeiro fracasso. 

Vale observar que as competências fundamentais indicadas nos estudos de Christensen relacionam-se mais ao processo de descoberta de práticas inovadoras. Para efetivamente atuar com um gestor inovador, é preciso também potencializar as capacidades planejadoras, executoras e realizadoras. Coletar dados, analisar, estabelecer planos e metas, planejar, regular o tempo, por exemplo, são competências de execução que também formam um gestor inovador. E, aqui, apostar em inovações tecnológicas faz todo sentido

Além disso, vale reforçar a importância das habilidades socioemocionais, também conhecidas como Soft SkillsTer inteligência emocional, capacidade de automotivação e autodisciplina também caracterizam o profissional inovador.  

Agora, se em algum momento pareceu distante a possibilidade de colocar inovação em prática no dia a dia, saiba que os gestores escolares mais inovadores não são aqueles que necessariamente apresentam ideias mirabolantes; mas os que tem a capacidade de aperfeiçoar o que já é feito. A maior inovação está em entender que ideias simples podem provocar resultados gigantes. 

Gestão escolar saudável: o guia prático para diretores 

A escola é uma estrutura complexa em que o foco principal é o aprendizado do aluno. Para garantir que todas as engrenagens desse sistema trabalhem em conjunto e de forma eficiente, é fundamental estabelecer uma gestão escolar saudável. Para isso, é preciso envolver não apenas os recursos pedagógicos, mas a participação de professores e família para a formação de um cidadão que obtenha êxito em sua vida pessoal e profissional.

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