Aprenda como mediar conflitos na escola

23 de setembro de 2024

Por: SOMOS Educação

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A escola é um local de socialização, um ambiente diverso, que abraça as diferenças e abre espaço para que ocorram divergências. E é a maneira com que esses conflitos são mediados que define a eficiência da gestão. Aprender a mediar conflitos na escola é imprescindível para o desenvolvimento de relações saudáveis e de um ambiente escolar sustentável.

Mas como realizar essas intervenções de maneira assertiva? Foi pensando nisso que preparamos este artigo com dicas de mediação escolar, para auxiliar não apenas na resolução dos conflitos em sala de aula entre alunos, mas também as situações-problema que podem surgir entre o corpo docente ou entre os pais e responsáveis. Confira!

7 dicas sobre como mediar conflitos na escola

1.      Mantenha a calma

O primeiro passo para mediar um conflito, independente de sua natureza, é manter a calma e a imparcialidade. A postura do mediador deve acalmar os ânimos e passar tranquilidade para aqueles que precisam de seu auxílio.

2.      Estimule o diálogo

Boa parte dos conflitos, sejam eles escolares ou não, surgem diante de um diálogo falho ou da ausência dele. O gestor pode se oferecer para mediar o diálogo entre as partes.

3.      Estimule a empatia

Uma maneira interessante de guiar o diálogo entre as partes envolvidas é estimular a empatia. Se colocar no lugar do outro por alguns instantes pode tornar a conversa mais amena. Além disso, a troca de papéis permite que a situação seja analisada por outro ponto de vista e assim, os ânimos podem ser acalmados.

4.      Use o socioemocional a seu favor

Uma ferramenta valiosa na hora de mediar conflitos na escola é estimular as habilidades socioemocionais. Reconhecer e respeitar as emoções, tanto suas como do outro podem mudar drasticamente os rumos de uma situação conflituosa. Além disso, características como o autocontrole são trabalhadas e, mais tarde, refletem diretamente no sucesso escolar e profissional.

5.      Esteja atento às interações

Essa dica diz mais respeito a não ser pego de surpresa em uma situação conflituosa, do que sobre a própria mediação. Estar atento às interações, sejam entre alunos ou entre os profissionais na instituição, pode ser uma maneira de notar mudanças comportamentais antes que elas se tornem um problema.

6.      Realize atividades de integração

Essa dica vale tanto para integrar os alunos, quanto para os professores e funcionários. Dentro de uma instituição de ensino, existem diversos profissionais, com diferentes perfis comportamentais. Promover atividades de integração é uma maneira para que todos interajam e se conheçam melhor. Compreender o outro é o primeiro passo para evitar os conflitos.

7.      Estimule a autonomia

Apesar da figura do gestor como mediador ser importante para que as situações conflituosas se mantenham controladas, é importante que o gestor deixe que as partes envolvidas no conflito busquem uma solução para suas divergências sem a imposição de terceiros.

Conflitos na escola: veja os comportamentos comuns

Uma maneira de tornar a mediação dos conflitos escolares mais eficiente é conhecer os comportamentos mais comuns que os envolvidos nesse tipo de situação apresentam. Dessa maneira, é possível estabelecer a paz de maneira mais assertiva.

Competidor

É o tipo de comportamento mais comum quando um conflito se instaura, seja na escola ou não. O indivíduo assume uma postura defensiva, onde se esforça para convencer as partes envolvidas de que seu ponto de vista é o correto. Esse tipo de comportamento geralmente é assumido por aqueles que buscam a própria satisfação.

Esquivo

Evitar o confronto direto pode ser um mecanismo utilizado diante de um conflito. Nesse tipo de situação, a pessoa não aceita o que o outro diz, mas também não argumenta em defesa própria. Muitos são os motivos para que isso ocorra. Alguns indivíduos não acreditam que sejam capazes de vencer o debate, ou acreditam que discutir não vale a pena.

Acomodado

Nesse tipo de situação, uma das partes desiste de seu ponto de vista e aceita o que é proposto pelo outro. Esse tipo de reação deve ser analisada com cuidado pelo gestor, pois pode-se tratar apenas uma situação corriqueira, onde o assunto não possui grande relevância, ou a pessoa que desiste de seu ponto de vista pode se sentir intimidade ou acuada diante da outra parte. Cabe ao gestor avaliar a situação com atenção.

Intermédio

Esse comportamento busca um meio-termo, onde tenta-se satisfazer parcialmente todas as partes envolvidas. Dessa maneira, razão ou culpa são divididas.

Conheça os modelos de mediação de conflito em sala de aula

Outra maneira de mediar conflitos na escola é se basear em modelos de mediação:

Estudante como mediador

Esse modelo pode ser utilizado para solucionar os problemas que surjam em sala de aula entre os próprios alunos. Além de ser uma maneira eficaz de melhorar a comunicação entre a classe, esse método estimula a autonomia dos discentes.

Nesse tipo de mediação o aluno é colocado no centro da mediação. O gestor ou um professor observam enquanto o discente desenvolve a arbitragem. O ideal é que o adulto responsável por intermediar esse momento saiba o momento em que sua intervenção será necessária. O objetivo é estimular a resolução dos conflitos através do diálogo, dando autonomia para que os jovens façam isso por conta própria.

Mediação em grupo

Alguns conflitos que ocorrem dentro de uma instituição de ensino podem ser facilmente resolvidos através do coletivo. Pais e responsáveis, alunos, professores e funcionários da instituição podem ser envolvidos nesse modelo de mediação. Dessa forma, não existe um único responsável por garantir a ordem e o diálogo. Eles se dão através de uma espécie de assembleia, que garante que todos se sintam envolvidos e incluídos nas decisões escolares. Esse método permite ainda, que aqueles que se sentem envolvidos em conflitos ou situações hostis se abram, e consigam o apoio da comunidade escolar, além da solução para o problema em si.

Professor mediador

Esse é talvez o modelo de mediação mais comum em sala de aula. O professor, como figura de autoridade dentro da sala de aula é incumbido de solucionar os conflitos que surgem entre os discentes. Apesar desse modelo ser bastante eficiente na maioria dos casos, já que é o docente que está diariamente em sala de aula, e é quem melhor conhece e compreende seus alunos, não é ideal que a resolução dos conflitos fique somente por conta deles. O outros dois modelos citados vêm para auxiliar os professores e envolver todos do meio acadêmico nos processos educacionais.

Conclusão

Diferente do que muitos acreditam, conflitos na escola não precisam ser necessariamente problemas para a gestão. Esse tipo de situação, quando bem administrada, pode ser ideal para o desenvolvimento pessoal dos envolvidos. Estimular o socioemocional, por meio da empatia, do olhar para o próximo e suas diferenças, além da autonomia de resolver suas questões e lidar com as frustrações que podem surgir da vida em sociedade.

Nesse contexto, a autorregulação emocional ou regulação emocional faz toda a diferença. Esse processo dinâmico está ligado a dedicação consciente no controle dos comportamentos, dos sentimentos e das emoções, para que algum objetivo seja alcançado.

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