PEI com Inteligência Artificial e inclusão escolar: guia completo

4 de dezembro de 2025

Por: SOMOS Educação

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Promover a participação de todos os estudantes na vida escolar é um dos maiores desafios da educação contemporânea. Cada aluno chega à escola com histórias, ritmos, repertórios e modos de aprender diferentes. Por isso, planejar práticas que respeitem essa diversidade é essencial para garantir uma aprendizagem equitativa.

O Plano Ensino Individualizado (PEI) existe para garantir que cada estudante tenha acesso ao currículo com equidade. E agora, com o apoio da tecnologia, esse processo avança para um novo patamar. Neste artigo, você vai entender o que é o PEI, por que ele é tão importante para a inclusão e também como ele funciona na prática, desde sua estrutura até o impacto no planejamento pedagógico. Boa leitura!

A inclusão escolar no Brasil

Nos últimos anos, as escolas têm vivenciado um crescimento expressivo nas matrículas de estudantes com diferentes transtornos e necessidades específicas como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno do Espectro Autista (TEA), dislexia, discalculia, deficiência intelectual, dificuldades de aprendizagem e desafios socioemocionais, entre outros.

Esse aumento não decorre apenas de maior prevalência, mas também de diagnósticos mais precisos, maior visibilidade social e fortalecimento das políticas de inclusão.

Como consequência, educadores e gestores passaram a lidar com demandas mais complexas, que exigem planejamento individualizado, adaptações frequentes, diálogo intersetorial e registro contínuo, tarefas que consomem tempo e exigem formação específica. 

O Plano de Ensino Individualizado (PEI) é o principal instrumento para orientar esse processo. Ele organiza metas, estratégias, intervenções pedagógicas e apoios necessários para que cada estudante tenha acesso ao currículo de maneira justa. Em um cenário de demandas crescentes e maior complexidade no acompanhamento dos alunos, a combinação entre PEI e Inteligência Artificial surge como uma resposta inovadora, trazendo mais precisão, consistência e economia de tempo para as equipes pedagógicas. É sobre isso que você verá a seguir.


O que é o PEI e por que ele é importante

O Plano de Ensino Individualizado é um documento pedagógico criado para um aluno específico e construído a partir de suas necessidades, potencialidades e barreiras de aprendizagem.

Ele define o que ensinar e como ensinar, estabelecendo caminhos claros e individualizados. Além de orientar a prática docente, o PEI fortalece a parceria entre a escola e a família e cria um histórico de desenvolvimento que facilita o acompanhamento da trajetória do estudante e apoia transições entre turmas ou etapas.

Os principais objetivos do PEI são:

  • Garantir o acesso ao currículo de forma equitativa.
  • Identificar barreiras que impactam a aprendizagem.
  • Planejar estratégias personalizadas de ensino.
  • Registrar metas alcançáveis e acompanháveis.
  • Prevenir o fracasso escolar.
  • Ampliar a participação do aluno na vida escolar.
  • Orientar o trabalho de professores, famílias e profissionais de apoio.

O uso do PEI é obrigatório?

Mais do que uma ferramenta pedagógica, o PEI é um documento previsto e respaldado por lei.

A Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e as diretrizes da educação especial reconhecem o direito dos estudantes ao atendimento educacional adequado às suas necessidades.

Em muitas redes públicas e privadas, o PEI é exigido como documento formal para estudantes público-alvo da educação especial. Ele serve como registro institucional das metas, apoios e estratégias definidas em diálogo com a família e, quando necessário, com outros profissionais, para garantir o direito à educação inclusiva, conforme previsto pela LBI e pelas diretrizes nacionais.

Alinhado às diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o PEI se torna um instrumento de equidade. Quando bem construído, contribui para reduzir desigualdades, prevenir o fracasso escolar e ampliar a participação dos alunos nos diferentes espaços da vida escolar, reforçando o compromisso da escola com a inclusão como direito.

Dessa forma, mesmo quando não é exigido formalmente, o PEI é uma prática recomendada para fortalecer o acompanhamento individualizado e contribuir para a equidade.

Como funciona o PEI na prática

O PEI funciona como um documento vivo. Isso significa que ele deve ser atualizado regularmente conforme o estudante evolui ou novas demandas surgem. Ele orienta o trabalho pedagógico, direciona adaptações necessárias e organiza a atuação de todos os envolvidos.

Na prática, o PEI:

  • norteia o planejamento de aulas,
  • apoia intervenções pedagógicas,
  • indica apoios e recursos necessários,
  • acompanha avanços e dificuldades,
  • registra evidências de aprendizagem.

Tecnologia a serviço da inclusão

A inteligência artificial, quando usada com responsabilidade, não desumaniza a educação. Pelo contrário: devolve ao professor o tempo que antes era consumido por tarefas burocráticas. Isso abre espaço para que o educador observe melhor os estudantes, registre suas evoluções, identifique sinais importantes e tome decisões pedagógicas com mais segurança e intencionalidade.

Mais do que um recurso tecnológico, o projeto representa uma mudança de visão. Ele apoia uma escola que reconhece diferenças, planeja intervenções individualizadas e entende que inclusão não é um evento pontual nem uma ação isolada, mas uma prática contínua, sustentada por dados, diálogo e corresponsabilidade entre escola, família, gestores e especialistas.

Dessa forma, com o avanço da tecnologia e o fortalecimento das políticas de inclusão, o PEI também evoluiu e passou a contar com soluções que tornam seu desenvolvimento mais ágil, eficiente e alinhado às necessidades reais da escola.

Foi como resposta direta a esse cenário que nasceu o PEI Plurall, o PEI com Inteligência Artificial desenvolvido pela SOMOS Educação e integrado à plataforma Plurall. A iniciativa surge como uma solução inovadora para ajudar professores e equipes pedagógicas a construírem PEIs mais completos, ágeis e coerentes com a realidade de cada aluno.

O projeto reúne especialistas de áreas como pedagogia, psicologia, tecnologia educacional, privacidade de dados e inclusão, todos comprometidos com a construção de uma escola mais acolhedora, preparada e tecnicamente consistente.

Tudo sobre o PEI Plurall

A construção manual de um PEI demanda tempo, organização e conhecimento técnico. Professores relatam que, diante de turmas numerosas e demandas diversas, muitas vezes é difícil transformar observações pedagógicas em objetivos claros ou encontrar estratégias realmente adequadas ao perfil do estudante. O cenário recente intensificou essa pressão sobre as equipes escolares, ao mesmo tempo em que a legislação e as famílias passaram a cobrar PEIs mais consistentes, atualizados e efetivamente utilizados na rotina pedagógica.

O PEI Plurall surge justamente para aliviar essa carga, oferecendo suporte técnico e pedagógico sem substituir o olhar humano. A ferramenta utiliza inteligência artificial para analisar informações preenchidas pela escola e gerar sugestões de metas, estratégias, adaptações e indicações de apoio.

Nada é automático ou definitivo: todas as recomendações são revisáveis e dependem da validação do professor, mantendo a centralidade da experiência docente e respeitando o contexto de cada turma.

O sistema está sendo desenvolvido com rigor em relação à privacidade de dados, segurança das informações e conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), garantindo uma jornada ética, segura e transparente para escolas, estudantes e famílias.

Como funciona na prática

O processo começa com o levantamento de informações sobre o estudante, baseada em observação, como barreiras de aprendizagem e níveis de apoio necessários. A plataforma organiza essas respostas e identifica padrões que possam orientar o planejamento pedagógico.

A partir dessa leitura, a inteligência artificial oferece sugestões de objetivos, estratégias didáticas coerentes com o perfil daquele aluno e possibilidades de adaptação de atividades e provas. Uma vez validado, o PEI torna-se um documento vivo. Pode ser acompanhado, atualizado e discutido ao longo do ano letivo, permitindo que a escola cumpra não apenas uma exigência legal, mas um compromisso pedagógico: revisar metas, registrar avanços, identificar novas barreiras e cultivar uma cultura de acompanhamento sistemático.

Benefícios para a rotina escolar

A principal vantagem percebida é a economia de tempo. Em vez de iniciar um PEI do zero, o professor trabalha a partir de propostas estruturadas e fundamentadas, ganhando fôlego para se dedicar ao que a tecnologia não faz: observar a turma, escutar as famílias, articular intervenções com a equipe e construir vínculos com os estudantes.

A comunicação entre escola e família se beneficia de um material mais intuitivo, organizado e transparente, que deixa evidente quais são os objetivos traçados, quais apoios serão utilizados e como o progresso será acompanhado.

Outro ganho importante é o caráter formativo de todo o processo. O simples ato de preencher o questionário do PEI — ao exigir que o professor observe, reflita, categorize e descreva as barreiras e potencialidades do aluno — já funciona como um exercício pedagógico estruturado, que aprofunda a compreensão sobre cada estudante e qualifica o olhar docente. Além disso, o Plurall possibilita que professores e coordenadores acessem cursos gratuitos de inclusão do PROFS, fortalecendo o desenvolvimento profissional contínuo e apoiando a escola no cumprimento do seu papel formativo.

Um novo capítulo para o PEI no Brasil

O PEI Plurall representa um avanço importante para a educação inclusiva brasileira. Ele alia o cuidado pedagógico ao potencial da tecnologia e reforça que personalizar o ensino não é apenas uma boa prática, mas uma responsabilidade legal e ética, compartilhada entre todos os atores da comunidade escolar.

A solução não cria inclusão sozinha, mas cria condições para que ela aconteça de forma mais consciente, sistemática e sustentável. Assim, o PEI deixa de ser apenas um documento exigido por lei e passa a ser um instrumento cotidiano de transformação da aprendizagem, do vínculo escola–família e da própria cultura escolar.

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