Bullying na escola: o que é e como combater

3 de maio de 2023

Por: SOMOS Educação

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Temas relacionados à prática do bullying, sobretudo no âmbito escolar, têm se tornado bastante recorrentes. Considerado um problema de saúde pública, suas consequências negativas têm impacto tanto no bem-estar do aluno quanto em seu processo de aprendizagem.  

Preparamos este artigo sobre o tema, pois é imprescindível que a escola saiba o que é o bullying, como essa prática pode afetar sua realidade e dos seus estudantes e como combater tais ocorrências. Confira!   

O que é o bullying?  

A palavra tem origem na língua inglesa, no verbo “to bully”, e tem como significado o ato de ameaçar, agredir ou intimidar uma pessoa indefesa. O bullying pode estar relacionado a vários tipos de agressão, que se diferenciam a partir do modo como são praticados.

São pelos menos dez os tipos de bullying, classificados como: físico, verbal, material, sexual, familiar, psicológico, moral, social, preconceituoso e cyberbullying.

Vale ressaltar que essa ação é realizada de maneira intencional e recorrente, e que comumente acarreta danos físicos e psicológicos às vítimas.  No contexto educacional, o bullying causa dificuldades de aprendizagem e de concentração e insegurança, além de intensificar a evasão escolar.

Veja as principais consequências do bullying 

Também chamado de vitimização, o bullying já é considerado uma questão de saúde pública. Alguns estudos examinaram as consequências no médio e no longo prazo, identificando riscos associados a transtornos emocionais, como ansiedade, depressão, transtornos alimentares, entre outros.

As consequências do bullying podem afetar tanto a esfera individual do aluno como toda dinâmica escolar. A vítima pode ter vários aspectos de sua construção de identidade e personalidade afetados, além de estar propensa ao declínio do desempenho escolar.

Nesse cenário, reprovação ou abandono escolar e episódios de indisciplina também se apresentam como consequências para todos os envolvidos na dinâmica da escola.

Para solucionar tal impasse, é importante que a escola não negligencie e busque compreender as práticas de intimidação sistemática, para que seja possível realizar intervenções imediatas e elaborar estratégias para lidar com o assunto de forma apropriada. 

As principais causas de bullying nas escolas

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a saúde dos estudantes brasileiros mostra que a aparência físicaé um dos principais motivos de bullying nas escolas.

A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), em sua terceira edição, apontou que a metade dos alunos entrevistados (46,6%) diz que já sofreu algum tipo de bullying e se sentiu humilhado por colegas da escola. O estudo, que abrangeu mais de dois milhões de estudantes, indica ainda que 7,4% desses alunos, o que equivale a 195 mil pessoas, disseram que essa humilhação não é pontual e que ela acontece com frequência.

Entre os principais motivos das intimidações sistemáticas, estão questões relacionadas à imagem ou à aparência corporal, à raça ou à cor, à orientação sexual, à religião e à região de origem.

Saiba como combater o bullying na escola  

A escola pode lidar com o bullying através de medidas de prevenção e de estratégias de intervenção. A seguir, apresentamos as ações e a maneira de colocá-las em prática.

Medidas de prevenção: 

Na prevenção, a escola trabalha com a conscientização dos alunos e da família acerca do assunto, deixando claro que é uma prática negativa, imoral e que, caso ocorra, terá suas devidaspenalizações para os agressores. Essa medida é importante, pois muitos estudantes não sabem da gravidade do bullying e que existe uma lei cujo objetivo é a criminalização dessas ocorrências.  

Uma forma de trabalhar com a prevenção do bullying é o desenvolvimento socioemocional dos estudantes, que contribui para a formação de alunos mais empáticos e que saibam lidar melhor com conflitos em geral.

O número de casos desse tipo de intimidações sistemáticas tende a diminuir em escolas que trabalham o aspecto socioemocional, uma vez que os estudantes passam a respeitar mais as diferenças e conseguem se comunicar de forma mais clara e com menos anseio caso alguma agressão ocorra, sentindo-se mais confortáveis para procurar a direção escolar e para pedir ajuda. 

Estratégias de intervenção: 

Para combater a ocorrência do bullying com medidas de intervenção, as instituições de ensino precisam capacitar os professores e toda a equipe pedagógica para que identifiquem e lidem com o conflito, estando atentos ao comportamento dos jovens e mantendo os canais de comunicação sempre abertos.

Com isso, as vítimas recebem o suporte necessário para superar e enfrentar a situação, e o agressor é punido e passa a ter a noção de que seu comportamento foi inadequado e que isso não poderá ocorrer novamente.  

Fique atento ao cyberbullying

Citamos anteriormente que um dos tipos de bullying é o virtual, conhecido como cyberbullying. Em cenários como o atual, em que o uso da tecnologia é imprescindível para o processo de ensino-aprendizagem, é fundamental que os educadores se atentem para as possíveis agressões realizadas nas redes sociais ou em ambientes virtuais.

O abuso psicológico e moral de um estudante por outros pode acontecer por e-mails, aplicativos de conversas ou redes sociais, com mensagens hostis ou ameaçadoras. Nesses eventos de bullying virtual, é muito comum que o anonimato dos agressores se baseie na utilização de perfis falsos, dos quais são enviados uma série de mensagens com o intuito de expor indevidamente a imagem de alguém, humilhar, difamarou atentar contra a integridade da vítima.

Ataques às escolas potencializam reflexões sobre o bullying

O bullying é uma pauta que precisa fazer parte do dia a dia escolar. Alunos, famílias e toda a equipe da escola precisam estar esclarecidos em relação ao assunto, a sua seriedade e a suas consequências.  

Ataques recentes a escolas impactaram e chocaram pessoas por todo o Brasil, trazendo à tona um sentimento de medo e risco iminente. Por isso, é fundamental que a escola tenha um trabalho sistemático de prevenção ao bullying, de mediação de conflitos e de criação de uma cultura de paz.

Esse é um trabalho de longo prazo, em que aspectos socioemocionais – relativos a autoconhecimento, autocontrole, empatia, responsabilidade social entre outros – precisam ser valorizados, estimulados e desenvolvidos.

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