30 de junho de 2020
Por: SOMOS Educação
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A educação tem sido um dos setores mais impactados pela pandemia do novo coronavírus. Adotado às pressas na quarentena, o ensino remoto tem desafiado as competências e habilidades dos educadores e profissionais da educação.
Para conversar sobre os desafios que esta situação está causando no trabalho do professor e as sensações que a educação a distância tem provocado, a SOMOS Educação promoveu um webinário sobre o tema, com o professor Gabriel Assis. Neste post, trouxemos alguns pontos importantes dessa conversa. Confira!
Os conceitos de mudança e transformação podem parecer similares num primeiro momento, mas possuem aplicabilidades diferentes, principalmente em cenários como o atual. A principal diferença entre eles é que a mudança se refere a um movimento que fazemos para manter um status quo, as condições que estavam inicialmente postas. Já o processo de transformação diz respeito a novas e melhores maneiras de se fazer algo, em uma efetiva ressignificação e entrega.
Ao perceber que não há nenhum precedente na história da educação para esse momento de pandemia e que manter as coisas como eram antes não é mais uma possibilidade, o processo de transformação começa realmente a fazer sentido. A escola que conhecíamos não existe mais. As novas condições estão postas e é preciso que os educadores se entreguem às ferramentas e recursos possíveis e disponíveis para essa transformação.
Ao longo do webinário, Gabriel propõe uma série de atividades e momentos de reflexão. Vale a pena conferir o bate-papo na íntegra. Entre os raciocínios propostos, o educador sugere um olhar sobre as próprias trajetórias escolares com relação as competências e habilidades estimuladas e desenvolvidas. Segundo Gabriel, a escola oferece os espaços para esse desenvolvimento, mas a efetiva elaboração de competências e habilidades foi, certamente, uma responsabilidade individual.
Por isso, por meio de uma ferramenta nomeada 1a, 2a e 3a pessoa, Gabriel ressalta a importância do autocuidado e autoconhecimento por parte dos professores, coordenadores e diretores. O trabalho dessas competências influencia diretamente no relacionamento entre os membros da comunidade escolar, tão essencial no período que estamos vivendo. Se não estivermos bem, muito provavelmente as relações que estabeleceremos não serão boas e potentes.
De acordo com Gabriel, são os valores humanos que dão origem às atitudes. Para que isso aconteça, as crenças e convicções são o cerne dessas construções. Pensando nisso, ele sugere uma prática de atividade chamada ‘Eu e meus filtros’, através de um processo auto-avaliativo sobre as crenças pessoais e verdades absolutas.
A proposta é que os educadores percebam suas resistências, como, por exemplo, a de que a educação a distância não funciona, para que seja possível uma ruptura dessas crenças. Só assim será possível adquirir novas visões de mundo. A educação a distância desenvolve (ou tem potencial para desenvolver) muito mais a autonomia do estudante do que a educação presencial.
Além desse exemplo, o educador sugere uma revisão de questões como o erro não fazer parte do processo de aprendizagem, ou, ainda, de que existem diferenças entre educação e ensino, quando se pensa na nomenclatura dos estágios educacionais (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio). Para Gabriel, o processo de desenvolvimento na educação é uma contínua quebra de crenças. É preciso observar que educar é formar crenças à medida em que acontecem conexões entre pessoas e conhecimento de novos mundos.
Gabriel elenca no webinário seis competências que vão emergindo a partir do trabalho com a ferramenta nomeada 1a, 2a e 3a pessoa e da identificação das crenças e convicções. Essas competências fazem parte de uma crescente que parte do “eu” (indivíduo) e caminha para um “nós” (coletivo). São elas:
O futuro é coletivo, assim como o ambiente escolar. Em uma sala de aula com 30 alunos, as incertezas e complexidades são inúmeras. Dessa maneira, ao compreender a escola a partir do conceito de comunidade, é fundamental que se pense nas comunicações e nas maneiras de se negociar e aprender com as pessoas.
Esse processo de desenvolvimento impacta toda a comunidade escolar, permitindo inovações, ações coletivas e construções alinhadas com o todo. Essas são as competências e habilidades socioemocionais necessárias aos professores dos novos tempos.
Vale lembrar que o processo de desenvolvimento dessas competências é cíclico, visto que a escuta ativa assegura a empatia, por exemplo, e para que ela aconteça é preciso ter uma relação de cuidado e bem-estar, que por sua vez, atribui-se à confiança e assim por diante. É preciso escutar o próximo e a si mesmo para que as decisões tomadas sejam as melhores. Juntos conseguiremos alcançar a excelência de ensino sonhada por tantos educadores. Para conferir o webinário na íntegra, basta clicar na imagem abaixo.
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