Gamificação na Educação Básica

8 de setembro de 2020

Por: SOMOS Educação

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A gamificação tem ganhado cada vez mais espaço no âmbito educacional. Associado de maneira contextualizada às práticas pedagógicas, o uso de jogos na educação propicia cenários de aprendizagem motivadores, mediados pelo desafio e pelo entretenimento. 

Essa tendência coloca os alunos como agentes na produção do próprio conhecimento, potencializando e maximizando aprendizados. Neste artigo, explicamos o que é a gamificação e como essa técnica pode ser aplicada na Educação Básica para auxiliar na formação dos estudantes. Confira! 

O que é gamificação? 

Se antes eram associados exclusivamente ao entretenimento, nos últimos anos os jogos vêm sendo cada vez mais inseridos nas atividades escolares. Frente aos avanços das tecnologias e as demandas tecnoculturais das novas gerações, o processo educativo tradicional abre espaço para estratégias pedagógicas mais divertidas e prazerosas.  

É com base nos jogos eletrônicos que surge a gamificação, termo que vem do inglês, gamification. Essa prática refere-se ao uso dos recursos e da lógica dos games para permitir experiências potencializadoras de aprendizados. Isso quer dizer que, através dos jogos, os estudantes podem assimilar e associar os conhecimentos de forma lúdica e divertida. 

É importante esclarecer que a gamificação é um conceito que não se restringe a jogar games, mas a pensar e agir como em um jogo. Ou seja, aplicar elementos e mecânicas do universo dos jogos eletrônicos em outros contextos. Dessa forma, a construção de conhecimentos por meio da gamificação acontece pelo estímulo, pela interatividade e pela utilização de dinâmicas dos jogos. 

Por que utilizar a gamificação na educação? 

Especialistas classificam a gamificação dentro das metodologias ativas de aprendizagem. Ou seja, práticas que estimulam o protagonismo discente, onde o aluno passa a ter um papel ativo em seu aprendizado. As crianças e os jovens deixam de lado a postura passiva do modelo de ensino clássico e tornam-se agentes na produção do próprio conhecimento.  

Nesse contexto, a gamificação surge como uma tendência pedagógica que potencializa e maximiza aprendizados, alterando a dinâmica da sala de aula e impulsionando a construção de conhecimentos. Valendo-se de características naturais do ser humano, como a socialização, a competitividade e a superação, os jogos no contexto educacional despertam a curiosidade, melhoram o engajamento e motivam os alunos de um jeito divertido e desafiador.  

Além disso, utilizar a lógica dos games como ferramenta didático-pedagógica auxilia no desenvolvimento das competências socioemocionais. Um jogo pode provocar diversos sentimentos, que podem ser trabalhados para aumentar o repertório emocional e comportamental dos estudantes. Habilidades como criatividade, autonomia, colaboração, trabalho em equipe, ousadia e persistência são estimulados através da ludicidade e da mecânica dos jogos.  

Como utilizar a gamificação na Educação Básica 

Não importa a idade ou a etapa de escolarização, a gamificação traz resultados positivos para os alunos. Vale lembrar que fazer uso da gamificação no processo pedagógico não significa exclusivamente usar jogos prontos – apesar de eles serem uma das alternativas. A proposta é encontrar recursos e construir estruturas utilizando a lógica dos games para impulsionar o processo de ensino-aprendizagem. 

Essa aplicabilidade pode acontecer em ambientes virtuais, analógicos ou mistos (mesmo que a essência da gamificação dialogue diretamente com os jogos eletrônicos), variando de acordo com os diferentes propósitos pedagógicos. Uma das maneiras mais simples de introduzir essas práticas na Educação Básica é pensar em sistemas que envolvam desafios, dificuldades crescentes e recompensas.  

A entrega de um determinado conteúdo da disciplina, por exemplo, pode ser transformada em uma atividade de descoberta, uma missão, que aguce e desperte a curiosidade dos alunos e assegure espaços para que eles correlacionem o conhecimento a um propósito.  Esse conteúdo pode ser apresentado em forma desafios a serem cumpridos, estimulando atividades coletivas para pensar de forma colaborativa a partir de pistas ou dicas dadas pelo professor. À medida que avançam nessas descobertas, os alunos garantem pontos, bônus ou distintivos.  

Na etapa da Educação Infantil, apesar dos alunos serem bem pequeninos, a gamificação se integra à indicação da BNCC de práticas pedagógicas centradas em interações e brincadeiras.  Alguns jogos virtuais para colorir, por exemplo, ativam a coordenação motora, o conhecimento e a identificação das cores e de dimensões espaciais. Lembre-se de oferecer recompensas como forma de reconhecimento pela atividade realizada.   

No Ensino Fundamental – Anos Iniciais, uma caça ao tesouro pode estimular o aprendizado das primeiras letras do alfabeto. Espalhe vogais e consoantes pelos ambientes da escola e oriente a exploração. Além de divertida, práticas como esta estão alinhas aos contextos de aprendizagens significativas determinadas pela BNCC. Já nos Anos Finais do Ensino Fundamental, os jogos matemáticos podem ser o estímulo correto para tornar o aprendizado divertido. O Matific, por exemplo, é uma plataforma de matemática online que oferece atividades lúdicas e participativas. Através dos ambientes digitais e interativos, os alunos se envolvem em situações concretas de aplicação dos conteúdos aprendidos na disciplina.  

No Ensino Médio, o aluno já consegue dar um sentido mais concreto à utilização desses conhecimentos. Nessa fase, criar o próprio game – ao invés de usar jogos prontos – pode ser uma boa estratégia para engajar os alunos e fixar conteúdos. É a hora de colocar a mão na massa e encontrar soluções criativas para explorar teorias e resolver questões complexas do vestibular, por exemplo. Mais ainda, criar espaços de uso das tecnologias digitais para desenvolver projetos reais e solucionar problemas da escola, da sociedade e do mundo. A Mind Makers é um exemplo de prática alinhada à cultura maker. Com aulas altamente gamificadas e metodologias de vanguarda, os alunos desenvolvem projetos reais multidisciplinares, ampliando e descobrindo suas habilidades e potências. 

A gamificação na Educação Básica pode ser usada de maneiras variadas. Vale utilizar as dinâmicas dos jogos para integrar disciplinas, propor novas formas de avaliação, ou incentivar as forças e superar as dificuldades individuais. Lembre-se que, pela lógica dos games, é preciso adicionar valor a esses prêmios, conquistas e vitórias. Não deixe de estabelecer um ranking de pontuações e estimular uma competição saudável entre os estudantes. Quem sabe um torneio entre salas não torne a experiência ainda mais interessante?! 

Educação em novos tempos 

Nas últimas décadas, as práticas de ensino vêm passando por uma reestruturação considerando as demandas intensas dos estudantes de uma nova geração, conhecidos como nativos digitais. É preciso enriquecer o processo de ensino-aprendizagem, construindo ambientes atraentes e desafiadores, que estimulem os alunos em sua busca pelo conhecimento. 
 
O uso de elementos de jogos na educação surge nesse cenário como uma prática que estimula a aprendizagem proativa e exploratória, potencializando o pensamento científico, crítico e criativo dos alunos. A gamificação na Educação Básica, associados de maneira contextualizada às práticas pedagógicas, apresenta-se como uma ferramenta muito poderosa para a motivação e engajamento dos estudantes dentro do processo de ensino-aprendizagem

Dessa maneira, para acompanhar os avanços e necessidades educacionais contemporâneas, não basta ao educador ter o domínio dos conteúdos ou uma boa didática. É preciso que o corpo docente acompanhe o processo de modernização da educação, com uma formação e atuação profissional 
alinhadas aos novos tempos.  

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