Soft skills: o que são e por que devem ser ensinadas na escola?

29 de maio de 2023

Por: SOMOS Educação

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Algumas habilidades comportamentais têm sido apontadas como essenciais à formação cidadã dos estudantes e ao sucesso no mercado de trabalho. Elas são as soft skills e estão relacionadas à maneira como uma pessoa se comporta ou lida com diferentes situações. Esse tema tem ganhado cada vez mais espaço na comunidade escolar.

As soft skills centralizam o cuidado de si, da relação com o mundo e com as outras pessoas, e o ambiente escolar é bastante propício para que tudo isso seja trabalhado. Dessa maneira, essas habilidades devem ser contempladas no trabalho pedagógico, perpassando todas as etapas da Educação Básica. Neste artigo, entenda o que são e por que as soft skills devem ser ensinadas na escola. Boa leitura!

O que são soft skills?

A palavra “skills”, traduzida do inglês, significa “habilidades”. Por sua vez, “soft”, no contexto dessa expressão, representa algo subjetivo e abstrato, referindo-se a habilidades não técnicas. Dessa forma, soft skills é uma expressão utilizada para se referir às habilidades emocionais, comportamentais e sociais dos indivíduos. 

Pensamento crítico, empatia, resiliência, criatividade, comunicação, flexibilidade e liderança são alguns exemplos de soft skills. Consideradas como as habilidades do século 21, elas são reconhecidas como fundamentais para a vida e requisito para as profissões do futuro.

A partir desse contexto, as soft skills estão ganhando cada vez mais espaço no panorama educacional do país. Devido à mudança conceitual da compreensão do papel da educação, as escolas estão ampliando as práticas de ensino para além dos conhecimentos técnicos e específicos de cada disciplina, estimulando nos estudantes também o desenvolvimento de suas habilidades sociais e emocionais.

Por que desenvolver as soft skills nas escolas?

O ensino socioemocional é um dos focos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Tão importante quanto os aspectos cognitivos, o desenvolvimento das dimensões socioemocionais contribui diretamente para a formação integral e mais ampla dos alunos.

Além de mais engajados e capacitados, os estudantes são estimulados a se comunicarem melhor, a lidarem com fatores inesperados e a atuarem a partir de uma posição de liderança, além de agirem com empatia e criatividade. Por isso é tão importante que as soft skills ganhem mais espaço na comunidade escolar.

Na BNCC, essas habilidades podem ser identificadas nas 10 competências gerais que devem guiar todo trabalho pedagógico das instituições de ensino do país. Esse trabalho nas escolas deve se pautar pelo compromisso com um aprendizado mais completo que não privilegie o desenvolvimento de determinadas habilidades em detrimento de outas, mas que seja capaz de superar qualquer divisão e hierarquização entre o desenvolvimento intelectual e o desenvolvimento socioemocional.

A importância dessa formação cognitiva e socioemocional será também mensurada por meio de uma avaliação formativa. O exame do PISA(Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) considerará também uma verificação sobre criatividade e pensamento criativo. O maior estudo sobre educação do mundo, que historicamente acompanha o desempenho dos alunos, contemplará um olhar mais atento e específico para diversas competências, incentivando sua promoção.

Como trabalhar as soft skills na escola?

São diversas as estratégias adotadas por instituições de ensino para trabalhar as soft skills no dia a dia dos estudantes. Uma educação voltada para esse propósito reconhece a importância de se integrar aprendizagens multidisciplinares que mesclem as competências técnicas (também denominadas hard skills) com experiências e vivências socioemocionais.

É preciso ampliar a concepção do ensino tradicional, focado na transmissão de conteúdo, e valorizar as interações humanas, as diversas dinâmicas de aprendizado e investir em metodologias ativas e inovadoras. Sem dúvida, toda heterogeneidade de uma sala de aula assegura o ambiente propício para o desenvolvimento dessas habilidades subjetivas.

O repertório de soft skills é bem vasto, por isso, o projeto pedagógico das escolas pode focar de maneira mais ativa nas competências indicadas pela BNCC. O desenvolvimento cognitivo deve estar atrelado às soft skills, assegurando a formação completa dos estudantes desde a infância. Dessa maneira, resiliência, inteligência emocional, autonomia e cooperação são habilidades que devem integrar a rotina escolar de modo transversal e interdisciplinar.

A partir de intencionalidades educativas e com o direcionamento certo, algumas atividades e dinâmicas simples podem potencializar o desenvolvimento de soft skills. A seguir, relacionamos sugestões de práticas que promovem a interação dos alunos com vivências diferentes, através de relacionamentos e experiências. Confira!

Aprendizagem vivencial

Amplie as práticas de ensino para além das paredes da sala de aula. Vincule os conteúdos teóricos ministrados com o contexto e a realidade do aluno. Convide os estudantes a extraírem um significado sobre o conhecimento adquirido, integrando o aprendizado à experiência. As metodologias ativas de aprendizagem estimulam nos alunos a capacidade de fazer análises críticas, compartilhar percepções, dialogar sobre experimentos, comportamentos e sentimentos, além de efetivamente fazer a aplicação dos aprendizados.

Interação social

Promova atividades e trabalhos em grupo e estimule a interação social. Com a supervisão do educador, atividades coletivas articulam diretamente várias soft skills. Comunicação, empatia, colaboração e liderança, por exemplo, são essenciais para a realização de exercícios que demandem o relacionamento entre pares. Vale destacar também a importância do controle emocional, trabalhado a partir dos conflitos de interesses e opiniões divergentes.

Espaços para a diversidade

É fundamental promover a interação das crianças e dos jovens com vivências diferentes das deles mesmos. A diversidade – característica constitutiva do ambiente escolar – deve ser trabalhada nas salas de aula, incentivando a formação social respeitosa dos alunos. Estimulados a acolherem as diferenças com tolerância e empatia, as dinâmicas de integração fomentam o respeito ao próximo e a promoção dos direitos humanos. Além disso, essa é efetivamente uma prática que tem resultados comprovados na prevenção do bullying

Pedagogia Afetiva: a didática por trás do ensino socioemocional

Ao integrar as soft skills aos conteúdos ministrados em aula, os educadores asseguram oportunidades para uma formação integral dos alunos, prevendo o desenvolvimento humano global em múltiplas dimensões.

Algumas propostas pedagógicas auxiliam o desenvolvimento de crianças, adolescentes e jovens em todas as suas dimensões – física, afetiva, cognitiva, socioemocional e ética -, como é o caso da Pedagogia Afetiva, metodologia inovadora e exclusiva do Sistema Maxi de Ensino. Construída com base em intenso estudo sobre métodos educacionais clássicos e contemporâneos, essa abordagem tem foco na preparação social, emocional e cognitiva dos estudantes. Trata-se de uma proposta educacional que sugere o autoconhecimento, a autonomia e o exercício da responsabilidade e da convivência ao longo do processo de aprendizagem.

A Pedagogia Afetiva se alicerça em três pilares: a pedagogia, a afetividade e os valores e princípios. A união desses três pilares possui o propósito de formar um aluno capaz de enfrentar os desafios impostos pelo mundo atual, protagonista de sua própria história e potencial agente transformador.

Sabendo que a formação cognitiva alinhada à emocional assegura ao aluno um futuro muito mais brilhante, cada vez mais escolas têm optado por essa metodologia como forma eficaz de trazer o socioemocional e o desenvolvimento das soft skills para as práticas pedagógicas.

Compreender para desenvolver soft skills

A importância de soft skills e people skills foi tema de uma entrevista realizada com o professor e empreendedor Luis Vabo. O especialista fala sobre o conjunto de habilidades comportamentais que a escola precisa desenvolver tanto com os alunos quanto com a equipe. No e-book, Vabo destaca o que os educadores precisam compreender para desenvolver suas soft skills, dar aulas melhores, cativar os alunos e alinhar as soft skills e people skills com as disciplinas tradicionais. Confira!

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