Como sua escola pode trabalhar as habilidades socioemocionais?

15 de julho de 2024

Por: SOMOS Educação

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Há algum tempo, os sistemas de ensino de todo o mundo vêm reconhecendo a importância do desenvolvimento de determinadas habilidades como essenciais para preparar crianças e jovens para o futuro. Essas habilidades referem-se não estritamente a uma formação cognitiva, mas à capacidade de lidar com emoções, se relacionar com o próximo e tomar decisões conscientes

Primordial para assegurar o processo de formação integral dos estudantes, desenvolver as competências socioemocionais tornou-se uma exigência legal a partir das premissas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Mas de que maneira as habilidades socioemocionais podem ser desenvolvidas no ambiente escolar? Essa e outras questões serão respondidas ao longo deste artigo. Confira! 

O que são habilidades socioemocionais? 

As habilidades socioemocionais são capacidades que ultrapassam a dimensão cognitiva e envolvem de forma muito mais profunda o lado emocional e psicológico do ser humano. Essas competências mostram-se cada vez mais importantes na formação de um cidadão responsável e capaz de exercer papel ativo na sociedade. 

Tais habilidades dizem respeito a um trabalho de autoconhecimento e autorregulação, a partir do entendimento e administração das emoções e sentimentos. O (re)conhecimento das próprias potências e dos limites desenvolve a capacidade para lidar com os problemas, desafios, incertezas e volatilidades do mundo. A autoconfiança, a autoavaliação e a responsabilidade asseguram posturas de criticidade frente aos pensamentos, uma comunicação mais assertiva e tomadas de decisões conscientes.  

Além disso, as habilidades socioemocionais envolvem aptidões quanto à convivência social, no que se refere a lidar com o próximo, ter empatia nas relações e possuir capacidade de trabalhar em equipe. Seu desenvolvimento assegura a construção de relações de confiança e dinâmicas positivas de socialização, considerando resolução de conflitos, cooperação e colaboração.  

A partir das competências socioemocionais, o indivíduo adquire atitudes e habilidades necessárias para respeitar diferenças e agir positivamente para o bem comum. Isso considera entender e gerenciar emoções, administrar as situações do cotidiano, estabelecer bons relacionamentos e tomar decisões de maneira responsável. Dessa forma, além das competências técnicas, é imprescindível que crianças e jovens sejam estimulados a desenvolver e (re)conhecer as habilidades socioemocionais.   

O ensino socioemocional e a BNCC 

Apesar de os aspectos sociais permearem as teorias de pensadores clássicos da educação, foi somente com a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que a valorização das competências e habilidades socioemocionais ganhou visibilidade.  

A BNCC orienta que todas as escolas brasileiras devem incluir as habilidades socioemocionais em seus currículos, para assegurar o processo de formação integral dos estudantes. Ou seja, as práticas pedagógicas devem ir além do modelo conteudista de educação e assegurar a formação dos alunos em uma dimensão social e emocional. 

Das 10 competências gerais da BNCC que devem trabalhadas ao longo de toda a Educação Básica, quatro se destacam por trazer o ensino socioemocional de forma mais clara. Embora permeie todas as dez competências, os itens 6, 8, 9 e 10 trazem o aspecto social e emocional com notoriedade. Confira essas 4 competências: 

  • 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade
  • 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 
  • 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 
  • 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. 
    (Fonte: BNCC) 

Como trabalhar as habilidades socioemocionais na escola

O ambiente escolar é plural, repleto de diversidade, fundamentado em relações sociais. Ou seja, o espaço ideal para o estímulo individual e coletivo das habilidades socioemocionais. Nesse processo, educadores, professores, gestores, orientadores e todos os demais agentes da comunidade escolar têm papel essencial no desenvolvimento dos alunos de forma integral. 

O principal ponto é assegurar que as atividades socioemocionais não sejam percebidas como metas teóricas do currículo escolar e trabalhadas pontualmente, como atividades extras ou isoladas. É preciso que as práticas pedagógicas superarem qualquer divisão e hierarquização entre o desenvolvimento intelectual e o desenvolvimento socioemocional.  

Na prática, isso quer dizer que as escolas precisam trabalhar as habilidades socioemocionais de maneira alinhada ao Projeto Pedagógico (PPP). Isso conferirá significado à prática e permitirá que ela aconteça de maneira transversal, vinculada ao desenvolvimento cognitivo dos estudantes.  

Dessa forma, todas as atividades escolares podem ser estruturadas a partir de intencionalidades pedagógicas que estimulem o desenvolvimento das competências socioemocionais. A seguir, relacionamos 9 dicas para desenvolver as habilidades socioemocionais na escola. Confira!

9 dicas para desenvolver as habilidades socioemocionais na escola 

1. Promova projetos interdisciplinares. As conexões entre disciplinas ajuda os estudantes a desenvolverem uma consciência da aprendizagem, relacionando os saberes a partir das habilidades de metacognição e pensamento crítico. 

2. Estimule trabalhos em equipe. As produções coletivas de conhecimento promovem o relacionamento interpessoal, estimulando a habilidade de respeito ao outro e o sentimento de empatia, considerando a prática da escuta ativa, da cooperação e resolução de conflitos. 

3. Incentive a ampliação de repertório cultural dos alunos considerando o uso de músicas, artes e esportes. Essas são atividades que permitem vivências democráticas e inclusivas, estimulando o reconhecimento, a valorização e o respeito pela diversidade.  

4. Fomente espaços moderados de fala e trocas de experiências. Essas vivências podem acontecer através de jogos, rodas de conversa e de experimentação. A coragem, a comunicação assertiva, a aceitação, a percepção do próximo e a afinidade estão entre as competências e habilidades necessárias para essas condições.  

5. Implemente a cultura maker nas atividades pedagógicas. As práticas que permitem aos estudantes aprenderem com a mão na massa asseguram aprendizados mais práticos e intensos, além de estimular habilidades como a criatividade, a curiosidade, o esforço e a experimentação. 

6. Considere atividades relacionadas a integração da comunidade às práticas escolares.  A partir de questões sociais e/ou ambientais identificadas no entorno escolar, por exemplo, os alunos desenvolvem sentimentos de comunidade e colaboração. A partir dessa consciência social, os alunos podem atuar de maneira propositiva na elaboração de ações éticas e cidadãs.  

7.  Aproprie-se da literatura. As obras literárias trazem vivências próximas da realidade, atuando como ferramenta para o estímulo de autoanálises. Além disso, os comportamentos e conflitos de personagens pode ser o enlace para reflexões sobre questões como preconceito e bullying

8. Considere a tecnologia como recurso para o desenvolvimento de habilidades como resolução de problemas e pensamento crítico. A utilização criativa de ferramentas tecnológicas e inovadoras estimula a resiliência, a interatividade e a autonomia de pensamento. 

9. Estimule o desenvolvimento de projetos bilíngues A prática com outras línguas favorece o protagonismo social, com a identificação do lugar de si e o do outro em um mundo plurilíngue e multicultural.   

Conte com um sistema de ensino

Para assegurar uma formação integral dos estudantes, as competências socioemocionais precisam ser trabalhadas em conjunto com as cognitivas. Uma maneira de implementar o socioemocional como um princípio didático é adotar uma proposta pedagógica que integre a afetividade ao currículo.

Isso pode acontecer com a escolha por um sistema de ensino que atenda ao perfil e às necessidades da escola, ofertando experiências capazes de gerar transformações substanciais no universo educacional.

Mais do que isso, adotar uma solução reconhecida e conceituada, além de trazer impactos positivos para a instituição de ensino, resulta em um importante diferencial para a escola conquistar e também reter os alunos, assim como contribui para otimizar as atividades escolares, proporcionando a melhor experiência possível aos estudantes.

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