Como o trabalho das competências socioemocionais ajuda a combater o bullying

18 de março de 2024

Por: SOMOS Educação

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A prática do bullying é um problema que afeta bastante a comunidade escolar, uma vez que traz consequências para o aluno que podem afetá-lo ao longo de toda a vida. Além da relevância em compreender melhor o assunto, é importante que a escola desenvolva boas estratégias para lidar com a questão.

Para que seja possível agir diante do bullying de maneira efetiva, a escola não pode pensar apenas em ações corretivas, mas também em formas de prevenir tais ocorrências. O trabalho das competências socioemocionais pode contribuir nesse sentido, auxiliando a instituição a combater esse comportamento.

Neste artigo vamos explicar como o desenvolvimento das competências socioemocionais pode ajudar a escola no combate ao bullying, além de auxiliar na formação e na preparação dos alunos de forma integral. Boa leitura!

O QUE SÃO AS COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS?

O cenário educacional tem lidado com constantes mudanças devido às inovações tecnológicas e à aceleração da disseminação de informações. Nesse contexto, a escola precisa se adaptar para acompanhar as transformações e buscar alternativas para contribuir cada vez mais com a formação dos alunos.

O mercado de trabalho e os desafios da vida demandam pessoas criativas, com o pensamento crítico, colaborativas e que sabem se comunicar. Para isso, é preciso que os alunos se desenvolvam por meio de uma formação integral, que vai muito além da simples absorção de conteúdos.

É nesse contexto que ganham destaque as competências socioemocionais, que dizem respeito a ações e atitudes que ajudam a pessoa a lidar com as próprias emoções e a manter relações pessoais positivas, por exemplo, contribuindo para a resolução de problemas e para a conquista de objetivos. As escolas precisam se preocupar com o fortalecimento das competências cognitivas e socioemocionais ao mesmo tempo, visto que elas não são dissociadas – pelo contrário, a dimensão emocional do aluno pode ter grande impacto no seu desenvolvimento cognitivo.

As competências socioemocionais são tão importantes que são previstas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que apresenta, entre as suas competências gerais, características ligadas às atitudes e ao caráter.

A BNCC e as competências socioemocionais

A Base Nacional Comum Curricular é um documento normativo que parte de dez competências gerais para definir as aprendizagens essenciais que o aluno deve desenvolver ao longo de toda a Educação Básica.

Essas competências não levam em consideração apenas o conhecimento científico, crítico, técnico, tecnológico, de linguagem e artístico. Também há um enfoque na capacidade argumentativa do aluno, na forma como ele se comunica e na maneira como ele aplica os seus conhecimentos como cidadão.

Sendo assim, a escola deve adequar o seu currículo segundo a Base considerando não somente o aprendizado de conteúdos e disciplinas. É importante buscar formas de trabalhar o autoconhecimento do aluno, a sua autonomia, a responsabilidade na tomada de decisões, a colaboração e a empatia.

O DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL E O BULLYING

A prática do bullying tem se tornado mais recorrente nas instituições escolares e representa um grande desafio para a gestão. O bullying consiste na agressão intencional e repetitiva, de maneira física ou verbal, dirigida a alguém ou um grupo vulnerável.

Ao implementar o trabalho das competências socioemocionais na prática pedagógica, a escola ajuda os alunos a desenvolver certas características como a empatia, a autoconfiança, a comunicação, a consciência da diversidade e a resolução de conflitos. Dessa maneira, os alunos conseguem aprender a lidar com as diferenças entre eles e a respeitar o outro, exercendo a empatia e, consequentemente, diminuindo a ocorrência do bullying.

Sendo assim, para combater o bullying é importante que a escola proponha tanto medidas e ações de prevenção quanto de intervenção. O trabalho socioemocional auxilia em ambas práticas, pois além de ajudar a diminuir o número de agressões, a prática contribui para que os envolvidos aprendam a lidar melhor com a situação quando os casos ocorrem, uma vez que aprimoram a capacidade comunicação. Isso porque o aluno entende que não é inferior ao outro e que deve procurar ajuda sempre que necessário.

COMO TRABALHAR AS COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS?

O combate ao bullying é mais um motivo para a escola se preocupar com o desenvolvimento socioemocional do aluno. Existem várias maneiras de a escola propor práticas pedagógicas para trabalhar essas competências.

Uma das possibilidades consiste no próprio posicionamento da instituição em relação à comunidade. Ao se portar de forma a valorizar o outro, com um bom canal de relacionamento tanto com os estudantes quanto com a família, a escola se preocupa com todo o ambiente escolar em sua volta e isso influencia muito no trabalho dessas competências.

Outro ponto importante nesse contexto é a formação continuada do corpo docente, pois os professores são um exemplo para seus alunos, que também aprendem com a fala, a observação e a interação. Portanto, um educador que conhece bem suas emoções e seus valores, portando-se como um exemplo de boa gestão dos seus próprios sentimentos para os estudantes, consegue transformar o ambiente em sala de aula. Isso porque, com essa postura, o espaço se torna mais colaborativo, criativo e participativo.

Além disso, a escola também pode implementar metodologias, dinâmicas e intervenções específicas que objetivam o trabalho socioemocional. Nesse caso, é possível propor atividades voltadas para o desenvolvimento de alguma competência específica, por meio de aulas que promovam o trabalho em grupo e o questionamento, que incitem a curiosidade dos estudantes e que estimulem o pensamento crítico.

CONCLUSÃO

O bullying é um desafio recorrente nas escolas, o que torna essencial a busca por soluções para lidar com a ocorrência dessa prática. Além de pensar em como intervir, a instituição precisa criar medidas para combater o bullying prevenindo-o.

O apoio socioemocional é uma alternativa e pode contribuir bastante para o desenvolvimento integral dos alunos e a consequente redução do bullying. Isso porque, dessa maneira, os estudantes se tornam mais empáticos e comunicativos, aprendendo a lidar melhor com a diversidade. Com um ambiente escolar mais colaborativo e saudável, os alunos conseguem ter mais voz para dizer quando alguma atitude o incomoda e até mesmo para pensar antes de agir de forma a constranger o outro.

Nesse contexto, a autorregulação emocional ou regulação emocional faz toda a diferença. Esse processo dinâmico está ligado a dedicação consciente no controle dos comportamentos, dos sentimentos e das emoções, para que algum objetivo seja alcançado.

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