Quem é o gestor escolar que as escolas precisam?

9 de setembro de 2024

Por: SOMOS Educação

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O papel do gestor escolar mudou muito nos últimos anos. Se antes as escolas precisavam de um profissional voltado inteiramente para a administração e manutenção da infraestrutura, hoje elas buscam um agente responsável por mudanças.

O gestor precisa ter um posicionamento focado em ações democráticas – que incluam os estudantes, os familiares, os professores e os outros colaboradores nas pautas de discussão e nas decisões pedagógicas – sem abrir mão do bom senso e das obrigações administrativas da instituição.

Não faz mais sentido que as escolas tenham a figura do líder como alguém autoritário, centralizador e autocrático. É necessário garantir que o ambiente escolar seja construído a partir de colaboração e do trabalho coletivo.

Neste artigo você vai ler sobre 7 boas práticas para nortear a gestão escolar democrática da sua escola. Boa leitura!

1. Conhecer a fundo a cultura organizacional da sua escola

Muitos gestores escolares dedicam grande parte do seu tempo às questões burocráticas e orçamentárias todos os dias, enquanto muito pouco é direcionado às demandas pedagógicas.

Nesse contexto, atividades como supervisão da limpeza, manutenção da infraestrutura, atendimento de pais e responsáveis e controle financeiro ganham destaque. Em contrapartida, o relacionamento com a
comunidade, o desenvolvimento dos estudantes e a evolução do ensino dos professores podem acabar sem a atenção necessária.

Contudo, esses são alguns dos aspectos mais importantes da escola, que definem a sua cultura organizacional. Portanto, é muito importante que o gestor se preocupe em conhecê-los e acompanhá-los de perto – afinal, são eles que vão direcionar a construção de um planejamento mais efetivo, coerente com a realidade escolar.

2. Definir um perfil de atuação

É importante lembrar que cada ambiente pedagógico é moldado sob uma realidade única. Seguir modelos de gestão preestabelecidos pode causar sérios problemas para a escola. No entanto, eles podem ser utilizados para identificar oportunidades e realizar mudanças de acordo com o contexto da instituição.

Para executar um trabalho de qualidade, o gestor deve identificar quais são as suas características pessoais mais positivas, estudar a fundo a legislação e mudanças nas metodologias pedagógicas, pedir feedbacks à comunidade escolar e definir um perfil de atuação coerente que atenda às necessidades da escola sem negligenciar a sua individualidade como profissional.

3. Delegar responsabilidades

Algumas demandas administrativas só poderão ser resolvidas pelo gestor da escola. No entanto, é preciso saber delegar responsabilidades para os outros membros da equipe. Caso contrário, corre-se o risco de sobrecarga de tarefas, de não cumprir com todas as obrigações e, consequentemente, prejudicar o relacionamento com as famílias dos alunos.

Uma boa prática de gestão escolar nesse sentido se trata de incluir a equipe pedagógica no planejamento e tomar decisões de forma democrática. Dessa maneira, além de aliviar o peso das operações administrativas, é possível potencializar a criação de estratégias.

Investir na gestão compartilhada significa tornar a equipe mais participativa, contribuir para o desenvolvimento e acompanhamento escolar dos alunos e promover a capacitação e a formação
continuada de colaboradores e professores. É extremamente importante que a equipe se sinta parte integral da escola.

4. Evitar o isolamento

Por muito tempo a figura do diretor escolar assumia toda a responsabilidade administrativa e pedagógica da escola. No entanto, cada vez mais os métodos de ensino têm se modificado, tornando-se mais participativos – permitindo, por exemplo, que o aluno assuma o papel de protagonista.

Dessa forma, o gestor escolar da atualidade não deve se isolar em sua sala. Esse profissional deve trabalhar de acordo com a demanda tanto da escola quanto da comunidade. Além disso, é possível expandir a escola para o mundo digital ao compartilhar conhecimento e informações relevantes para o público por meio da internet.

O gestor torna-se, portanto, um mediador e articulador dos ambientes interno e externo da escola. Permitir uma comunicação transparente com as famílias dos alunos e com os membros da equipe
pedagógica garante novas possibilidades de gestão, possibilitando a construção de laços de confiança com a comunidade escolar.

5. Estar aberto às mudanças

As práticas educativas são influenciadas por diversos fatores, como as novas metodologias de ensino e tecnologias que surgem a cada ano. É imprescindível que as escolas sejam capazes de acompanhar as mudanças, ou correm o risco de se tornarem ultrapassadas, provocando a evasão escolar.

Outros fatores de impacto são as evoluções sociais, econômicas e políticas do país. Diante de um cenário instável, o gestor escolar precisa estar aberto e preparado para as transformações na legislação e na burocracia escolar. Com isso, é possível propor mudanças na escola em momentos de necessidade sem grandes conflitos, além de melhorar a qualidade do ensino.

6. Desenvolver a liderança

Ao contrário do que muitos pensam, liderança não está atrelada a um título. Um bom líder consegue exercer influência e ser uma referência no meio que está inserido. Para o gestor escolar não é diferente: ele deve ser um modelo para os professores, os colaboradores, os familiares e até mesmo para os alunos.

Pelo fato de que a liderança não é uma capacidade inerente ao ser humano, é preciso desenvolvê-la constantemente. Dessa forma, é possível alavancar os resultados da instituição e colaborar de forma significativa com o ambiente escolar.

Isso envolve garantir que a equipe pedagógica tenha um bom relacionamento interpessoal, melhorar a comunicação com os pais e responsáveis, aperfeiçoar os processos administrativos e gerir possíveis conflitos entre os alunos. 

7. Promover um ambiente de desenvolvimento

De maneira geral, um bom gestor é aquele que impacta de forma positiva o trabalho dos professores e colaboradores da instituição. Isso porque quem se sente valorizado e parte importante de algo
maior consegue encontrar propósito naquilo que faz e se esforça para melhorar os próprios resultados.

Um gestor escolar precisa atuar como um líder, mas sem abrir mão da parceria com a equipe pedagógica. Para isso, deve conhecer as pessoas com quem trabalha, fornecer feedbacks, identificar os desafios e as dificuldades enfrentadas por cada um e acompanhar de perto o trabalho e desenvolvimento da equipe.

Promover um ambiente saudável comunicativo irá contribuir significativamente para impulsionar o trabalho e a qualidade de ensino da escola.

Gestão escolar saudável: o guia prático para diretores

A escola é uma estrutura complexa em que o foco principal é o aprendizado do aluno. Para garantir que todas as engrenagens desse sistema trabalhem em conjunto e de forma eficiente, é fundamental estabelecer uma gestão escolar saudável. Para isso, é preciso envolver não apenas os recursos pedagógicos, mas a participação de professores e família para a formação de um cidadão que
obtenha êxito em sua vida pessoal e profissional.

Pensando nisso, preparamos o e-book “Gestão escolar saudável”, um guia com os principais desafios enfrentados pela escola e como os diretores podem agir para propiciar um ambiente onde o aluno se sinta satisfeito e que ofereça um ensino de qualidade. Baixe gratuitamente!

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