Qual o papel do gestor escolar na alfabetização?

23 de junho de 2025

Por: SOMOS Educação

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O gestor escolar tem um papel essencial para o funcionamento de uma instituição de ensino. Responsável por garantir o bom funcionamento da escola, é ele quem conduz as questões políticas, pedagógicas, econômicas e financeiras da instituição.

Esse profissional tem como função ser o porta voz da escola, atuando em prol do interesse de toda a equipe escolar, além de auxilia no relacionamento entre os membros da instituição de ensino, os alunos e as famílias. Em seu compromisso por assegurar o bom desenvolvimento das práticas pedagógicas e da instituição como um todo, seu maior objetivo é a formação e o desenvolvimento dos alunos.

No processo de aquisição de habilidades cognitivas básicas, a atuação do gestor escolar é essencial, garantindo a elaboração de planos que possibilitem o ensino de qualidade. Por ser uma das etapas primárias (e essenciais) no processo de formação das crianças, a alfabetização não deve ser apenas responsabilidade dos professores, mas também um compromisso da gestão da escola.

Neste artigo você vai ler sobre o papel do gestor na alfabetização e algumas sugestões para acompanhar e intervir com sucesso nas turmas de alfabetização da sua escola. Boa leitura!

O gestor escolar e suas funções

O gestor escolar é o profissional encarregado das atividades administrativas e pedagógicas da instituição de ensino, responsável por analisar os sistemas educacionais, elaborar e implementar projetos, planejar e conduzir as políticas pedagógicas. Seu papel de mediador contempla todas as esferas da comunidade escolar e devem estar em sintonia com todos os seus membros, atuando para que a aprendizagem ocorra independentemente dos desafios do cotidiano e das ações burocráticas.

É importante que o gestor escolar esteja atento aos movimentos que acontecem na sua escola, identificar os problemas e procurar por soluções. Não que ele seja um centralizador, mas é no gestor que devem se conectar todos os processos desenvolvidos na escola, desde questões relacionadas ao contexto administrativo, ações pedagógicas, quanto às relações interpessoais.

Dentre as muitas funções desempenhadas pelo gestor, estão:

  • Articular com todos os membros da equipe diretiva e prezar pelo bom relacionamento entre os membros da equipe escolar, garantindo um ambiente agradável;
  • Conhecer a legislação e as normas da Secretaria de Educação e analisar os sistemas educacionais nacionais;
  • Gerenciar e articular o trabalho de professores, coordenadores, orientadores e funcionários;
  • Estimular a autonomia e o protagonismo de alunos e professores;
  • Identificar as necessidades da instituição e buscar soluções junto às comunidades interna e externa;
  • Planejar e conduzir a elaboração de Projetos Pedagógicos, os PP, mobilizando toda a comunidade escolar nesse trabalho e garantindo que o processo seja democrático;
  • Elaborar, incentivar e implementar projetos e iniciativas;
  • Desenvolver uma gestão com parceria entre docentes e comunidade.
  • Cuidar das finanças da escola e prestar contas à comunidade sobre o uso dos recursos.
  • Garantir a integridade física da escola, tanto na manutenção dos ambientes (sempre limpos e organizados) quanto dos objetos e equipamentos;
  • Ser parceiro do coordenador pedagógico na gestão da aprendizagem dos alunos e acompanhar o cotidiano da sala de aula e o avanço na aprendizagem dos estudantes;
  • Manter a comunicação com os pais e atendê-los quando necessário, assegurando um bom relacionamento com as famílias e comunidade;
  • Ser um agente responsável pelo incentivo e implementação de inovações dentro da instituição, através do uso de ferramentas e soluções contemporâneas de ensino.


A função do gestor escolar é essencial na instituição de ensino, e diversas são as suas atuações. Porém, isso não implica que o gestor assuma sozinho todas as responsabilidades, mas que providencie os meios necessários para a realização de ações apropriadas.

Entre as funções listas acima e as inúmeras outras que esse profissional desempenha no dia a dia, a principal delas é, sem dúvida, garantir que a escola cumpra sua função de ensinar com qualidade, formando cidadãos preparados para as exigências contemporâneas. É importante que o gestor se conscientize e reconheça o alcance de seu trabalho como responsável pelo desenvolvimento dos membros pertencentes à comunidade escolar, apesar de, por vezes, esse ser um processo árduo.

O papel do gestor na alfabetização dos alunos

O gestor escolar deve estar atento a aprendizagem de todos os alunos, sendo um orientador do trabalho em sala de aula. Ao realizar o acompanhamento pedagógico e orientar possíveis falhas deste percurso, esse profissional atua como corresponsável pela aprendizagem dos alunos

Alfabetizar é um transcurso que demanda empenho de toda a comunidade escolar, e para que esse processo aconteça de maneira favorável, cabe ao gestor promover meios eficazes e efetivos de assegurar o desenvolvimento das habilidades do processo de alfabetização. Visando promover essa situação de aprendizagem, o papel do gestor é fazer com que os discursos presentes nos Projetos Pedagógicos (PP) da escola sejam efetivamente postos em prática.

No período de educação inicial escolar, cabe ao gestor analisar, monitorar e acompanhar o que precisa ser melhorado nas práticas e resultados educacionais, e estabelecer objetivos para a melhoria contínua dos processos de ensino-aprendizagem. Para isso, orientar e coordenar a elaboração de planos de ensino e de aula dos professores também fazem parte de suas competências.

Entre as questões essenciais que devem ser feitas pelo gestor escolar para que se garanta a alfabetização e norteie as ações de toda a comunidade escolar, estão indagações como: qual a taxa de reprovação na alfabetização da minha escola? A maior parte dos alunos da instituição está alfabetizada dentro do período determinado na meta 5 do Plano Nacional de Educação (PNE)? Os métodos que os professores utilizam para alfabetizar estão adequados à realidade e ao contexto escolar?

A partir dessas reflexões, algumas práticas cotidianas do gestor escolar podem assegurar a qualidade da educação, permitindo ao gestor não apenas circundar o processo de alfabetização, mas efetivamente garantir o processo de construção da escrita, assim como às estratégias de leitura das crianças. A seguir, listamos algumas possibilidades de ações:

  • Realizar diagnósticos contínuos dos métodos e atividades propostas em sala de aula.
  • Promover reuniões de planejamento com os professores do ciclo de alfabetização a fim de estabelecer, junto com eles, o método utilizado para alfabetizar ou possíveis ajustes na metodologia escolhida;
  • Ter o Projeto Pedagógico como um instrumento para a organização do trabalho pedagógico, focado na superação de conflitos e buscando eliminar possíveis interferências, assegurando as condições necessárias à melhor aprendizagem possível.
  • Monitorar os níveis de aquisição da escrita e leitura pelos alunos em todos os trimestres;
  • Frequentar as aulas, observar e registrar em relatórios as possíveis melhorias para discuti-las com os professores, orientando e dando sugestões de acordo com as dificuldades apresentadas pelas crianças.
  • Apoiar os professores e estar atento às demandas dos docentes e suas necessidades. Estimular o aperfeiçoamento constante dos docentes.
  • Considerar a realidade e os conhecimentos prévios dos alunos para desenvolver propostas de atividades interessantes, considerando uma variedade e materiais e recursos pedagógicos.
  • Conhecer bem os alunos, suas potencialidades e avaliar como eles podem ser organizados e com quem podem interagir sugerindo atividades em aula e entre as turmas. Dividir as crianças de acordo com o seu nível de aprendizagem para a realização de atividades específicas.
  • Criar grupos para a criação e confecção de jogos de alfabetização;
  • Prestar atendimento às crianças com dificuldades de aprendizagem e suas famílias.
  • Buscar o envolvimento de todos os interessados pela educação da criança, visando oportunizar atividades curriculares e extracurriculares.
  • Encontrar meios para que as crianças construam o hábito da leitura e da escrita e tornem-se praticantes dessas ações. Envolver os pais, visto que o espaço escolar não é único que efetiva essa aprendizagem.
  • Considerar que a criança recebe informações dentro da escola e fora dela. Com isso, oportunizar espaços para a sintonia de toda a comunidade escolar.

A alfabetização diz muito sobre a cultura do aluno, da escola e do local em que está localizada a instituição de ensino.  É preciso que o gestor escolar tenha conhecimento e sensibilidade para lidar com situações diversas que possam interferir no bom funcionamento das propostas pedagógicas. Há circunstâncias em que será preciso repensar as práticas pedagógicas em busca daquela mais adequada para o perfil das crianças da escola.

De forma a contribuir com o intento principal de formação e desenvolvimento dos alunos, as ações acima relacionadas permitem um acompanhamento e monitoramento do processo de alfabetização. Isso permite que a gestão escolar possa realmente acompanhar e intervir nas turmas de alfabetização e que os professores percebam que não estão sozinhos nesse caminho.

Somente com uma boa gestão é possível garantir um bom trabalho educativo com as crianças. Pautada em uma gestão democrática, em um clima de confiança e abertura ao diálogo, todos os membros da comunidade escolar contribuirão com sua parcela na responsabilidade de educar a acompanhar o processo de alfabetização dos pequenos alunos.

Conclusão

É inegável a atuação do gestor escolar como coautor da aprendizagem dos alunos.  Seu papel no período de alfabetização é essencial para assegurar o processo de ensino e aprendizagem das crianças. Motivação, inovação e acreditar que os alunos são capazes de se superarem a cada nova atividade são desafios desse profissional de grande importância para todo o desenvolvimento da dinâmica escolar.

O olhar atencioso para todas as questões primordiais da instituição de ensino, garantirá ao gestor uma participação ativa na concepção de um ensino de qualidade, assegurando a construção das competências e habilidades necessárias para a emancipação das crianças.

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