Paradigmas e Práticas da Nova Gestão Escolar

11 de agosto de 2020

Por: SOMOS Educação

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As escolas, que até pouco tempo vivenciavam uma rotina estruturada através do planejamento escolar, viram-se diante de desafios inéditos em decorrência do novo coronavírus. A gestão escolar precisou adaptar práticas e paradigmas para assegurar que as atividades educacionais não fossem interrompidas. Mas, em meio a tantas mudanças de cenário, como a gestão está refletindo sobre o papel da escola de formar cidadãos para a vida?  

O Líder em Mim, programa da SOMOS Educação que visa ao desenvolvimento das competências socioemocionais dos estudantes, convidou o educador Marco Antônio Ferraz para um momento de reflexão e análise. Este artigo traz alguns pontos relevantes do webinário promovido pela SOMOS. Confira! 

Com o anúncio da pandemia provocada pela Covid-19, a incerteza de futuro trouxe consigo ansiedades e inseguranças a todos os agentes da comunidade escolar. Especificamente no âmbito da gestão, Marco Antônio Ferraz enfatiza a preocupação com dois aspectos fundamentais: o cuidado com o ensino e a garantia de aprendizado, e o papel social das escolas com a formação socioemocional dos estudantes.

O compromisso com a formação socioemocional 

Marco Antônio recorre às dez recomendações da Unesco para auxiliar os educadores nesse período de pandemia e enfatiza o item que se refere a priorização de soluções para enfrentar os desafios psicossociais antes de ensinar. 

Neste momento em que as preocupações tomam uma dimensão maior é fundamental que os gestores escolares assumam um compromisso com a construção de vida dos estudantes para além de conteúdos.  É preciso priorizar a função social da escola enquanto espaço de integração, confraternização e solidariedade. 

A formação socioemocional, conceito presente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), diz respeito às competências e habilidades que devem ser estimuladas nos estudantes para que aprendam a lidar com as próprias emoções e refletir sobre elas. Dessa forma, as imposições do cenário atual mostram-se como uma oportunidade para o trabalho de atitudes e reflexões relacionadas à adaptabilidade, a resiliência e a cooperação, por exemplo.   

Ainda sobre as recomendações da Unesco, Marco Antônio sublinha o item relacionado a criação de comunidades e aumento das conexões. Para o educador, esse é o momento dos gestores reafirmarem o compromisso da escola como núcleo social e de convivência, garantindo a proximidade de todos, mesmo que fisicamente distantes.   

A tecnologia, a educação e o processo de aprendizado 

Ações como a migração para o ensino remoto colocaram a tecnologia como centro dos processos pedagógicos, sendo o método mais viável para a não interrupção das práticas escolares. A escola digital já era uma realidade para algumas instituições, mas não era o foco das atividades. Vista como um suporte às práticas realizadas em sala de aula, a tecnologia era percebida somente como uma maneira inovadora de transmitir o conhecimento. 

Nesse novo contexto, a tecnologia se torna protagonista do processo de ensino-aprendizagem, com a ressalva de que a convivência social não pode e não será substituída pelos recursos tecnológicos. Marco Antônio destaca algumas prerrogativas para a regulamentação do ensino remoto, como a Medida Provisória 934; reforçando que as especificidades normativas de cada estado e município também precisam ser consideradas.  

Mas, quanto a preocupação com o ensino e garantia de aprendizado, o educador elenca algumas práticas e/ou técnicas que podem ser implementadas para auxiliar nesse processo: 

  • Registro de todas as atividades realizadas remotamente, como maneira de assegurar que essas práticas possam ser contabilizadas como parte do período letivo.  
  • Realizar um planeamento emergencial concreto com as principais metas de aprendizagem, indicando os objetivos educacionais de cada conteúdo ministrado. 
  • Não apenas cumprir o programa de conteúdos definido, mas explicitar aos alunos a função de cada um dos aprendizados, considerando resumos, revisões e avaliações consistentes.  
  • Os coordenadores pedagógicos precisam, mais do que nunca, supervisionar e auxiliar os planos de aulas, assegurando que o que está sendo ensinado é fundamental. 
  • Assegure a função da orientação educacional, garantindo um canal para feedbacks de pais, responsáveis e alunos. 
  • Forme grupos de trabalho para trocas de experiências e aprendizados, incentivando produções sinergéticas e construções de boas práticas. 
  • Ofereça suporte aos professores quanto à própria tecnologia e técnicas criativas. 

Conclusão 

Não existem fórmulas mágicas para mitigar os efeitos da pandemia nas comunidades escolares. Mesmo com os planos de retomada sendo traçados, a volta às atividades presencias precisa ser feita com atenção e cuidado, prevendo acolhimento e suporte a todos.   

Esses cuidados fazem parte dos paradigmas e práticas da nova gestão escolar, que deve ter foco no desenvolvimento integral dos estudantes, proporcionando condições para que possam lidar com as profundas mudanças que vêm acontecendo no mundo. Essa é proposta do Líder em Mim, que proporciona às escolas um trabalho para fornecer aos estudantes uma formação integral, desenvolvendo as suas potencialidades. Para conferir na íntegra o webinário, acesse: 

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