17 de junho de 2024
Por: SOMOS Educação
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Garantir a formação continuada de professores e seu bem-estar é imprescindível para a melhora do desempenho e dos resultados educacionais. Nesse sentido, destaca-se a importância de promover a saúde mental dentro do ambiente escolar.
Oferecer um ambiente saudável, harmonioso e equilibrado para o desenvolvimento do processo de ensino e de aprendizagem é fundamental para o estímulo e engajamento dos alunos. Desse modo, a gestão escolar deve oferecer apoio e um espaço de diálogo, permitindo que o corpo docente compartilhe suas preocupações, dificuldades e aspirações no planejamento e execução das aulas.
Neste artigo você vai conhecer os motivos para se atentar para a saúde mental do corpo docente e conferir dicas de como promovê-la na escola. Boa leitura!
É essencial que a gestão escolar fique atenta às questões emocionais do corpo docente, entendendo como elas refletem na qualidade do ensino e na experiência do estudante. Quando os educadores estão em uma situação difícil, que dificulta sua atuação profissional, os alunos geralmente são os primeiros indivíduos que saem prejudicados – além dos próprios professores, é claro.
Além de iniciativas que trabalham as competências socioemocionais entre os educadores, também é fundamental agir diretamente na prevenção de transtornos e doenças. Por isso, é preciso investir em uma formação integral que considere as diferentes dimensões dos sujeitos.
Alinhar tais dimensões e incentivar o autoconhecimento ainda é outra maneira de evitar situações comuns e presentes na realidade dos docentes, como o esgotamento, a ansiedade e a depressão, por exemplo. Dessa forma, a direção de ensino deve ter em mente que o cuidado com os professores é extremamente importante, uma vez que eles são considerados referência para os estudantes.
Se o educador não está bem, dificilmente ele conseguirá ensinar, acolher e perceber as diferentes necessidades da turma. Sendo assim, o ideal é que a gestão escolar defina ações de acolhimento e motivação, além de oferecer um espaço de escuta seguro, no qual os profissionais podem relatar as suas experiências, os desafios e as expectativas da volta às aulas presenciais.
Termo utilizado para explicar o esgotamento físico, mental e psicológico, decorrente de prolongados e excessivos níveis de estresse no trabalho. A doença pode ser causada por uma série de fatores, como a falta de autonomia e confiança, o acúmulo de tarefas ou a impossibilidade de crescer na carreira.
Entretanto, em seu livro Leading from the edge (em tradução livre, “Conduzindo no limite”, ainda sem tradução para o português), o educador James Hilton afirma que a Síndrome de Burnout entre professores não deve ser vista somente como resultado desses fatores. Para ele, pode ser consequência de estresse persistente e de falta de apoio na profissão.
Para evitar que o problema ocorra entre a equipe de professores, é fundamental que a direção tome ações preventivas, fortalecendo a rede de apoio e solidariedade para a profissão, mesmo porque os profissionais geralmente são os primeiros a sentir pressão e tensão no ambiente educativo, principalmente, por serem tidos como referência e um ponto de apoio importante dos estudantes.
O estresse tem sido um dos maiores motivos relacionados ao afastamento de educadores da sala de aula. Em geral, a situação acontece quando o docente se sente frustrado diante da precariedade das condições e dos recursos para o trabalho, principalmente, quando tem pouca autonomia para ministrar os conteúdos e os conhecimentos para os alunos.
Os sintomas, mesmo que apareçam tardiamente, devem ser combatidos desde o primeiro sinal de alerta. A instituição de ensino pode evitar que os professores prejudiquem a saúde, oferecendo apoio psicológico ou indicando tratamentos específicos para cuidar do estresse da melhor forma.
Acompanhando a atuação do profissional de perto, portanto, a direção consegue identificar, mais facilmente, as dificuldades e os desafios, definindo estratégias eficazes para a resolução do problema.
Ao sentir-se esgotado, o docente fica incapaz de estabelecer melhores relações com os estudantes, bem
como dar continuidade às suas práticas pedagógicas. A exaustão pode ser causada por uma série de motivos, como falta de realização pessoal no trabalho, pouco tempo para descansar e repousar, remuneração baixa, dificuldade de adaptação a equipamentos e tecnologias, entre outros.
A doença acaba gerando uma sensação de mal-estar físico e psicológico, prolongando ainda mais o nível de tensão. Para evitar que a situação piore, levando à fadiga crônica ou, até mesmo, a uma depressão severa, o ideal é que a instituição escolar avalie cada caso e proponha uma nova dinâmica aos profissionais, a fim de que o ambiente educativo se torne mais saudável e prazeroso para os docentes.
Essa doença pode causar paralisia e incapacidade no professor e, em casos mais graves, levar à transtornos mentais e comportamentais. A depressão, em conjunto com a ansiedade, é uma
das maiores responsáveis pelo afastamento dos educadores do ambiente de ensino, e o mais indicado é que o tratamento seja iniciado assim que a sensação for percebida na rotina.
A escola, nesse sentido, deve oferecer auxílio e orientar os docentes a iniciarem o combate à doença o quanto antes, permitindo que o quadro seja tratado desde o início. Disponibilizar um canal de diálogo e empatia também é uma forma da direção interferir positivamente na situação, fazendo com que o educador se sinta acolhido e, aos poucos, possa se reconectar com aquilo que o motiva, com o acompanhamento profissional necessário.
O cuidado com a saúde mental deve estar entre as prioridades das instituições de ensino. O primeiro passo que a coordenação pode dar é proporcionar maior equilíbrio e organização, dando suporte para os professores continuarem exercendo suas funções. Além disso, criar uma atmosfera positiva pode fazer toda a diferença para ajudar a deixar o cotidiano de aulas mais leve, prazeroso e estimulante.
A seguir, veja outras estratégias que a instituição de ensino pode tomar para promover a melhora da saúde mental dos educadores.
Investir na formação continuada e no desenvolvimento de habilidades socioemocionais é um passo importante para evitar o adoecimento do corpo docente. Com isso, é possível trabalhar ações e interações positivas que impactam diretamente na qualidade de vida e no bem-estar do educador,
o que o torna menos suscetível às doenças.
Além disso, tendo esse tipo de suporte, o indivíduo pode se preparar melhor para desenvolver as competências de um professor do futuro. Ter uma comunicação eficaz, resiliência, empatia e liderança para dar andamento às práticas pedagógicas, por exemplo, são habilidades bastante valorizadas
atualmente. No entanto, para adquiri-las, é imprescindível que a instituição de ensino apoie e invista na qualificação de sua equipe.
Um dos maiores desafios de ensinar, nos dias de hoje, é saber como gerenciar adequadamente o tempo para dar conta de todas as tarefas e atividades que envolvem a prática docente. Para aliviar a carga dos educadores, a secretaria escolar pode disponibilizar ferramentas e programas que otimizam tanto o planejamento das aulas quanto a interação entre os diferentes agentes que participam da comunidade
acadêmica.
Assim, o profissional terá mais tempo para se dedicar à sua capacitação ou, até mesmo, a atividades prazerosas que o façam se sentir bem. Além de ter sua atuação valorizada pela equipe escolar, o docente também receberá maior incentivo e estará mais disponível para aperfeiçoar sua saúde mental, física e psicológica.
Oferecer um ambiente de trabalho seguro, que tenha como intuito preservar a saúde mental de professores e alunos, é uma estratégia importante para a instituição de ensino obter maior engajamento.
O espaço, portanto, deve servir para acolher, escutar, compartilhar e dar suporte às dificuldades dos educadores. A coordenação e o diretor podem dialogar com o corpo docente e analisar quais são os
gatilhos que geram ansiedade, medo e insegurança, propondo reflexões e reavaliações que contribuam significativamente para a melhora e o aperfeiçoamento da prática pedagógica.
Todas as ações citadas acima estão diretamente relacionadas ao desenvolvimento de habilidades socioemocionais, o que evidencia a importância de um currículo que promova esse espaço de diálogo e
escuta, não só para os alunos como para toda a comunidade escolar. E, além de falar sobre habilidades e competências para o futuro, relações interpessoais e inteligência emocional, faça tudo isso de forma acolhedora, conscientizando a todos, desde cedo, sobre questões de saúde mental que possam ajudar a refletir e a agir, sobre o tema.
Desde o diálogo até o acompanhamento profissional, a escola pode transformar o ambiente escolar com pequenas ações no dia a dia, promovendo o engajamento, o acolhimento e a motivação da comunidade
escolar.
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