A importância da empatia dos educadores e familiares com os estudantes em tempos de pandemia mundial

29 de setembro de 2020

Por: SOMOS Educação

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A pandemia do coronavírus tirou 1,5 bilhão de alunos das salas de aula. São quase seis meses com rotinas adaptadas, distanciamento social e um grande esforço para minimizar impactos no processo de ensino-aprendizagem.  

As mudanças na rotina e as perspectivas incertas de futuro afetam profundamente as crianças e jovens. Frente a um cenário tão inédito e desafiador, o educador Marco Antônio Ferraz foi o convidado de um webinário para falar sobre a importância da empatia dos educadores e familiares com os estudantes em tempos de pandemia mundial. Neste artigo, confira as principais considerações desse bate-papo e a relevância do desenvolvimento socioemocional nesse momento.

Impactos da pandemia 

O período pandêmico tem implicações diretas na saúde mental dos estudantes. Mesmo que aparentemente a capacidade de compreensão e alcance da situação seja menor em crianças e jovens, há uma percepção e sensibilidade do que acontece a volta.  

Os variados impactos sociais e econômicos no contexto familiar, as preocupações e desafios dos professores para adaptar as práticas de ensino presencial para o online, tudo isso são questões percebidas pelos estudantes e afetam profundamente as crianças e jovens

Para prevenir e minorar os efeitos da pandemia, Marco Antônio elucida que é necessário que pais e educadores direcionem seus olhares para uma formação humana integral. É preciso perceber a realidade e as novas condições impostas como oportunidade para o desenvolvimento de competências e habilidades para se lidar com desafios e situações adversas. 

A importância da formação socioemocional 

Para Marco Antônio Ferraz, o papel da educação nesse momento deve ser mais de acolhimento do que de passar novos conteúdos. Ele cita as 10 recomendações da UNESCO para planejar soluções de aprendizagem a distância e destaca o item que determina: “Priorize soluções para enfrentar os desafios psicossociais antes de ensinar.” 

As recomendações da UNESCO foram elaboradas para garantir que a aprendizagem permaneça sem interrupções durante esse período, mas apresenta com clareza que os aprendizados vão além de conteúdos. Segundo Marco Antônio, os conteúdos serão aprendidos. Eles serão repostos e recapitulados novamente no futuro.  

Porém, as marcas emocionais e psicológicas desse momento não poderão ser apagadas. Por isso, alguns institutos mundiais de saúde enfatizam a importância do desenvolvimento de competências e habilidades, tais como empatia, compaixão, autorregulação, gerenciamento do estresse e comunicação.  
 
Marco Antônio considera essas competências como uma construção conjunta da família e da escola – entendendo a restrição social familiar desse momento, e considerando o vínculo que permanece com os educadores, mesmo através das práticas de ensino a distância. Nesse contexto, pais e educadores se transformam em modelos para as crianças e jovens, e devem desenvolver e estimular perante filhos e alunos cinco habilidades essenciais: empatia, autoestima, segurança, pertencimento e amor

Como colocar em prática as cinco habilidades essenciais? 

Quando se refere à empatia, Marco Antônio a traduz como a ação de colocar-se no lugar do próximo, através de um esforço para entender o que é que o outro está sentindo, pensando e tentando comunicar. Segundo ele, é preciso que professores, pais e responsáveis ouçam as crianças e jovens buscando entender os sentimentos para além do verbalizado, considerando que muitas vezes não há por parte das crianças uma capacidade clara e estruturada de expressão. Marco Antônio enfatiza que essa escuta deve ser feita com total e absoluto interesse.  

No que se refere à autoestima, é importante elucidar que essa construção não se dá pela comparação, mas a partir do afeto e da aceitação. É essencial não comparar a criança e o jovem a um modelo referencial, às expectativas, ao irmão ou ao colega de classe. Valorize os talentos e as grandezas de cada indivíduo.  

Quanto à segurança, é fundamental que não haja mentiras ou omissões sobre as situações. As dificuldades podem ser apresentadas para as crianças e jovens, com um olhar direcionado para a superação. Existem dificuldades, mas elas serão superadas.  

No que se refere ao pertencimento, intensifique a importância da criança e do jovem nos grupos dos quais ele faz parte. Somos seres gregários, por isso é importante que os filhos e alunos sintam-se integrados à família e à escola.

Sobre o amor, a recomendação de Marco Antônio é que respeito e intimidade sejam construções diárias, e nada melhor que o tempo juntos imposto pela pandemia seja utilizado.  Nesse caso, é preciso permitir espaços para imperfeições e também para o afeto

Equilíbrio e estabilidade emocional

Para tudo isso, é fundamental que exista equilíbrio e estabilidade emocional. A pandemia amplifica sentimentos e conflitos já existentes. Para tanto, é preciso um exercício comportamental. Se tiver um impulso de explosão ou conflito, afaste-se do foco, faça exercícios de respiração. Essas ações são percebidas pela criança e integram o seu processo formativo.  Essas são as contribuições que os adultos podem deixar de maneira significativa para as memórias e lembranças que farão parte da vida desses estudantes. 

O bate-papo com Marco Antônio foi promovido pelo Líder em Mim (LEM), Mind Makers e English Stars, marcas que integram o portfólio de soluções complementares da SOMOS Educação. O webinário faz parte de uma programação intensa de eventos digitais, organizados pela SOMOS Educação, tratando de assuntos relevantes para a comunidade escolar.  

Além das reflexões sobre emoções, sentimentos e pensamentos durante todo este tempo de pandemia, o educador também fez ponderações sobre o retorno às aulas presenciais. Para assistir na íntegra a conversa com Marco Antônio Ferraz, clique abaixo e assista ao webinário ‘A importância da empatia dos educadores e familiares com os estudantes em tempos de pandemia mundial’.   

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