8 de julho de 2024
Por: SOMOS Educação
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Ao pensarmos em inspirações no contexto educacional, é importante voltar a alguns nomes de grande relevância no cenário da educação brasileira. Paulo Freire, Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro e Florestan Fernandes podem ser considerados referencias universais quando relacionados à temática.
Com discursos extremamente modernos, mesmo vindos dos anos 1950 e 1960, grande parte da educação atual reflete o que foi dito por esses estudiosos. Podemos afirmar que os primórdios das metodologias ativas e dos conceitos de autonomia do aluno no seu processo de ensino-aprendizagem estão nos discursos dessas personalidades. Confira!
Muitos são os estudiosos que contribuíram para o sistema educacional como conhecemos hoje. A seguir, relacionamos quatro principais inspirações para o mundo da educação. Confira:
“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”
Com formação em direito, o educador e filósofo pernambucano abandonou a advocacia e atuou no início de sua carreira como professor de Língua Portuguesa. Responsável pelo projeto que alfabetizou mais de 300 jovens e adultos no Nordeste, o docente criticava o modelo de educação que chamava de “educação bancária”. Baseado na concepção de que o professor é o centro do processo e detentor do conhecimento, esse modelo limitava as aulas e as possiblidades de inovação em sala de aula.
Para Freire, era importante pensar em uma educação capaz de reconhecer a cultura do educando e agir de acordo com sua bagagem, para que só assim o conhecimento pudesse fazer sentido. Dessa forma, sua obra e métodos se pautam principalmente em levantar um novo tipo de educação, capaz de dar autonomia aos alunos, por meio do diálogo de uma educação emancipadora.
“Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no país a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a da escola pública.”
O educador baiano é considerado por muitos o inventor da escola pública. Propondo e executando medidas para democratizar o ensino brasileiro, o autor defendeu a experiência do aluno como base para o aprendizado. Muitas de suas ideias foram inspiradas na filosofia de John Dewey, de quem foi aluno em sua pós-graduação.
Anísio defendia que as novas responsabilidades da escola eram educar ao invés de instruir, formar homens livres ao invés de homens dóceis e ensinar a viver com mais inteligência. Incentivando o senso crítico nos alunos, para o educador o ato de memorização, tão aplicado na educação da época, não deveria ser incentivado. Além disso, ele foi mentor de duas universidades: a do Distrito Federal, no Rio de Janeiro, desmembrada durante a Era Vargas, e a de Brasília, da qual foi reitor até o golpe militar de 1964.
“Só há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar. E eu não vou me resignar nunca.”
Ribeiro foi um antropólogo, educador e romancista mineiro. Nascido em Montes Claros, diplomou-se em ciências sociais, fundou o museu do índio, que dirigiu até 1947, além de ter colaborado para a criação do Parque indígena no Xingu. Vivendo em vários países da América Latina, Darcy conduziu programas de reforma universitária com base nas ideias que defendeu em A Universidade necessária. Seus estudos foram essenciais para alavancar uma nova reforma educacional no Brasil.
Trabalhou no Ministérios da Educação e da Cultura e ao lado de Anísio Teixeira fundou a Universidade de Brasília (UnB), onde foi reitor. Foi defensor da democratização do ensino público e de qualidade para todos. Seus estudos são utilizados até hoje para embasar discussões sobre o futuro da educação.
“Em nossa época, o cientista precisa tomar consciência da utilidade social e do destino prático reservado a suas descobertas.”
Florestan Fernandes foi um sociólogo que não só refletiu sobre a escola brasileira, mas apontou seu caráter elitista, além de atuar pessoalmente em defesa da educação de todos. Um dos mais influentes sociólogos brasileiros, o educador não separava o trabalho teórico de suas convicções ideológicas. Acreditava que a educação e a ciência tinham uma grande capacidade de transformar.
O futuro da educação é a inovação. Entretanto, isso não significa que o passado deve ser esquecido. Conhecer o trabalho de educadores e estudiosos tão importantes como Paulo Freire, Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro e Florestan Fernandes é a prova de que os conceitos já conhecidos na educação só precisam ser aprimorados. Nada se perde em abraçar o passado e trazê-lo para a contemporaneidade.
Um exemplo disso é em relação a como as transformações sociais vêm modificando até mesmo o contexto educacional. A utilização de ferramentas tecnológicas em sala de aula surge como uma maneira de complementar e facilitar as práticas pedagógicas. As inovações devem ser, sim, inseridas no processo de ensino-aprendizagem como uma forma de aprimorar constantemente esse cenário.
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