Personalidades inspiradoras: conheça grandes nomes da educação brasileira

8 de julho de 2024

Por: SOMOS Educação

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Ao pensarmos em inspirações no contexto educacional, é importante voltar a alguns nomes de grande relevância no cenário da educação brasileira. Paulo Freire, Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro e Florestan Fernandes podem ser considerados referencias universais quando relacionados à temática.

Com discursos extremamente modernos, mesmo vindos dos anos 1950 e 1960, grande parte da educação atual reflete o que foi dito por esses estudiosos. Podemos afirmar que os primórdios das metodologias ativas e dos conceitos de autonomia do aluno no seu processo de ensino-aprendizagem estão nos discursos dessas personalidades. Confira!

4 inspirações brasileiras para o mundo da educação

Muitos são os estudiosos que contribuíram para o sistema educacional como conhecemos hoje. A seguir, relacionamos quatro principais inspirações para o mundo da educação. Confira:

Paulo Freire (1921-1997)

“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”

Com formação em direito, o educador e filósofo pernambucano abandonou a advocacia e atuou no início de sua carreira como professor de Língua Portuguesa. Responsável pelo projeto que alfabetizou mais de 300 jovens e adultos no Nordeste, o docente criticava o modelo de educação que chamava de “educação bancária”. Baseado na concepção de que o professor é o centro do processo e detentor do conhecimento, esse modelo limitava as aulas e as possiblidades de inovação em sala de aula.

Para Freire, era importante pensar em uma educação capaz de reconhecer a cultura do educando e agir de acordo com sua bagagem, para que só assim o conhecimento pudesse fazer sentido. Dessa forma, sua obra e métodos se pautam principalmente em levantar um novo tipo de educação, capaz de dar autonomia aos alunos, por meio do diálogo de uma educação emancipadora.


Anísio Teixeira (1900- 1971)

“Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no país a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a da escola pública.”

O educador baiano é considerado por muitos o inventor da escola pública. Propondo e executando medidas para democratizar o ensino brasileiro, o autor defendeu a experiência do aluno como base para o aprendizado. Muitas de suas ideias foram inspiradas na filosofia de John Dewey, de quem foi aluno em sua pós-graduação.

Anísio defendia que as novas responsabilidades da escola eram educar ao invés de instruir, formar homens livres ao invés de homens dóceis e ensinar a viver com mais inteligência. Incentivando o senso crítico nos alunos, para o educador o ato de memorização, tão aplicado na educação da época, não deveria ser incentivado. Além disso, ele foi mentor de duas universidades: a do Distrito Federal, no Rio de Janeiro, desmembrada durante a Era Vargas, e a de Brasília, da qual foi reitor até o golpe militar de 1964.


Darcy Ribeiro (1922-1997)

“Só há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar. E eu não vou me resignar nunca.”

Ribeiro foi um antropólogo, educador e romancista mineiro. Nascido em Montes Claros, diplomou-se em ciências sociais, fundou o museu do índio, que dirigiu até 1947, além de ter colaborado para a criação do Parque indígena no Xingu.  Vivendo em vários países da América Latina, Darcy conduziu programas de reforma universitária com base nas ideias que defendeu em A Universidade necessária. Seus estudos foram essenciais para alavancar uma nova reforma educacional no Brasil.

Trabalhou no Ministérios da Educação e da Cultura e ao lado de Anísio Teixeira fundou a Universidade de Brasília (UnB), onde foi reitor. Foi defensor da democratização do ensino público e de qualidade para todos. Seus estudos são utilizados até hoje para embasar discussões sobre o futuro da educação.


Florestan Fernandes

“Em nossa época, o cientista precisa tomar consciência da utilidade social e do destino prático reservado a suas descobertas.”

Florestan Fernandes foi um sociólogo que não só refletiu sobre a escola brasileira, mas apontou seu caráter elitista, além de atuar pessoalmente em defesa da educação de todos. Um dos mais influentes sociólogos brasileiros, o educador não separava o trabalho teórico de suas convicções ideológicas. Acreditava que a educação e a ciência tinham uma grande capacidade de transformar.


Conclusão

O futuro da educação é a inovação. Entretanto, isso não significa que o passado deve ser esquecido. Conhecer o trabalho de educadores e estudiosos tão importantes como Paulo Freire, Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro e Florestan Fernandes é a prova de que os conceitos já conhecidos na educação só precisam ser aprimorados. Nada se perde em abraçar o passado e trazê-lo para a contemporaneidade.

Um exemplo disso é em relação a como as transformações sociais vêm modificando até mesmo o contexto educacional. A utilização de ferramentas tecnológicas em sala de aula surge como uma maneira de complementar e facilitar as práticas pedagógicas. As inovações devem ser, sim, inseridas no processo de ensino-aprendizagem como uma forma de aprimorar constantemente esse cenário.

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